Mais Lidas

Joana Fomm relembra ‘Perpétua’, o papel de vilã que marcou sua carreira

Atriz interpretou uma das vilãs mais inesquecíveis da TV

Joana Fomm
Joana Fomm -
A novela ‘Tieta’ de 1989 acaba de entrar no catálogo do GloboPlay e a atriz Joana Fomm, que interpretou uma das vilãs mais inesquecíveis da TV relembra sua participação marcante na trama de Aguinaldo Silva.
A personagem era a irmã mais velha da protagonista da história, Tieta, e era uma pessoa tomada pela inveja e super hipócrita.

"Que bom que vai passar de novo. A novela foi o maior sucesso. Até hoje sou chamada de Perpétua. Mesmo se eu quisesse esquecer, nunca me esqueceria dela. Me mandam emails com a cara da Perpétua, não sei quem é", contou Joana.

Tieta, vivida por Betty Faria, retorna para sua terra natal depois de anos e provoca a ira da sua irmã, que morria de inveja dela. Foi Perpétua a responsável pela expulsão de Tieta da cidade e por todas as maldades que ocorriam com a população.

Ela sempre fingia ser uma pessoa perfeita e sem defeitos, fazendo questão de apontar os ‘pecados dos outros’, mas era ela a maior pecadora da cidade.
A novela inteira ficou presa no maior mistério da história: o que Perpétua guardava dentro da caixa branca?

A revelação só veio no final da novela, causando choque para todos. O autor deixou subentendido que Perpétua guardava o pênis embalsamado do finado marido dentro da caixa.
Não só os personagens da novela ficaram chocados com a revelação, assim como os telespectadores, que até hoje tentam inventar outras coisas escondidas na caixa, já que o verdadeiro conteúdo nunca foi realmente revelado.

"Não era um segredo para mim. Era engraçado saber que ela guardava o pênis do marido, o major. Eu contracenava quase que o tempo inteiro com Armando Bógus (1930-1993), que era muito meu amigo e era um ator sensacional. Às vezes a gente gravava uma cena dez vezes, porque a gente ria. Não dava pra respirar. Mas foi muito bom [este trabalho]", disse a atriz.

Joana revelou que adorou participar da novela, mas que pagou um preço caro no final dela.
“Eu me divertia muito. Saí com mais algumas rugas e um problema no pé, porque usava um sapato de padre que me machucou muito os pés. Teve um preço também físico, mas foi muito bom", revelou.

A personagem de Joana usava do fanatismo religiosos e rigidez dos costumes nos anos 80 para mandar e desmandar na família e na cidade. Porém, a atriz acha que hoje em dia sua personagem não ganharia defensores, como ganhou na época.

“Ela é uma maluca, doida. Acho que ela não acreditava em nada, só acreditava nela. Acho que não seria defendida, mas seria um personagem cômico. Hoje em dia as pessoas só defendem o Bolsonaro", alfinetou Joana.

A atriz hoje está com 80 anos e está passando a quarentena em casa com seu filho. Diz que não tem saído de casa para nada.
“A gente está vivendo uma época muito difícil. É difícil não poder sair de casa, não posso fazer nada. Estou em todos os grupos de risco possíveis, então não saio. Meu filho toma conta de mim, não me deixa sair de jeito nenhum. Tem que fazer isso até acabar, e a gente não sabe quando acaba, né?", lamentou Joana.

Seu último trabalho na TV foi em 2019, na série ‘Sob Pressão’, mas ela disse que antes da quarentena gravou um filme que ainda não foi para os cinemas e afirmou que gostaria de voltar a trabalhar na TV.
“Eu gostaria de fazer um bom papel.O ideal é fazer uma série. Mas não sei se vai acontecer. Não sei se a gente vai ter novela de novo, vai ser estranho. Mas o que se vai fazer? O momento presente é esse", finalizou a atriz.