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Rainha da Imperatriz e capitã dos bombeiros promete para o Carnaval 2019: 'A fantasia vai ser ousada'

Rainha de Bateria da Imperatriz, Flávia Lyra não esconde sua ansiedade para pisar na Sapucaí de novo

 No posto de Rainha de Bateria da Imperatriz Leopoldinense, estudante de Direito e militar no Corpo de Bombeiros, Flávia Lyra ganhou mais uma atribuição para se preocupar. Ela foi oficializada como capitã da corporação no último dia 25, durante o Natal. A mudança de patente é mais um desafio para Flávia que, mesmo com a rotina cansativa, consegue encontrar tempo para brilhar em todas as tarefas. Edson Siqueira
No posto de Rainha de Bateria da Imperatriz Leopoldinense, estudante de Direito e militar no Corpo de Bombeiros, Flávia Lyra ganhou mais uma atribuição para se preocupar. Ela foi oficializada como capitã da corporação no último dia 25, durante o Natal. A mudança de patente é mais um desafio para Flávia que, mesmo com a rotina cansativa, consegue encontrar tempo para brilhar em todas as tarefas. Edson Siqueira -

A entrevistada da coluna de hoje é a capitã do Corpo de Bombeiros Flávia Lyra, Rainha de Bateria da Imperatriz. No bate-papo, ela fala sobre sua expectativa para o desfile, sobre sua fantasia, sua carreira militar e muito mais. Confira!

Como está a expectativa para seu segundo ano como Rainha?

A expectativa é sempre positiva. Este ano, acredito que estou mais experiente. Isso me deixa mais confiante. A cada ano que passa, a gente fica mais integrada com a comunidade, com os ritmistas e isso ajuda bastante. Vou fazer o melhor que eu puder.

Já se sente segura?

Independente do tempo que você desfila, bate uma ansiedade muito grande. A gente se sente um pouquinho mais confiante com experiência, embora tenha sido só de um ano. Mas sempre gera uma expectativa grande. Me sinto segura, mas ansiosa.

Sempre rola aquele frio na barriga na Sapucaí?

O friozinho já rola na noite anterior. Misto de ansiedade, felicidade. Você fica imaginando, torcendo pra tudo dar certo.

Como é a sua relação com os integrantes da escola?

É maravilhosa. É uma das coisas que mais me deixa feliz em ser Rainha de Bateria, porque você vê a satisfação das pessoas. Você se sente uma pessoa querida. Falo com todo mundo. Me dou com a quadra inteira. Você anda pelo bairro, conhece as pessoas, não só o pessoal da escola, mas também a comunidade que frequenta. Vou na academia do bairro e todo mundo fala comigo, na rua. É o diferencial de você ser uma pessoa da comunidade e não ser uma pessoa que vai lá só no ensaio.

Como será sua fantasia?

Este ano, eu pedi uma fantasia um pouquinho mais ousada que a do ano passado. Na verdade, não tem nada de ousado, porque é uma fantasia normal, você vai de biquíni, mostrando um pouco mais o corpo. Ano passado, fui com uma fantasia que considero mais comportada, porque foi uma sainha, cobriu bastante, o costeiro era grande, tampava o bumbum. Foi uma opção minha a fantasia mais comportada. Só que, este ano, não estou planejando isso, não. A fantasia este ano vai ser mais ousada. Nada usando tapa-sexo, nem nada que mostre além do que acho normal.

As fantasias, geralmente, são caras, principalmente as de Rainha. Você faz questão de pagar pela fantasia?

No meu caso, foi uma coisa que foi conversada desde o início. Eu já fui falando que eu não tinha dinheiro para pagar, porque eu sabia que as fantasias eram caríssimas. Sempre uso o que a escola me oferece. Acredito que isso seja um investimento para quem vive de mídia, de imagem. Mas eu estou ali exclusivamente pela felicidade da Imperatriz.

O seu marido fica com ciúme de você acabar mostrando mais o corpo no Carnaval ou ele lida bem como isso? Ele também é bombeiro, né?

Antes de eu ser bombeira, já desfilava no Carnaval. Ingressei na corporação em 2010. E comecei a desfilar em 2008. Quando ingressei, muita gente sabia que ia entrar uma menina do Carnaval. Quando ele começou a namorar comigo, já sabia disso. Mas acho difícil a pessoa não sentir ciúme nenhum. Ainda mais como Rainha de Bateria, que o foco fica muito mais ampliado. Acho que ele tem ciúme, mas nada de outro mundo. Virei Rainha e ele, componente da escola. A gente tem olhar profissional para isso. Nunca passei por situação desconfortável.

O que você faz para manter a boa forma? Algum treino especial para o Carnaval?

Sempre procuro estar com o meu condicionamento físico bom. Até por conta da profissão. A preparação que eu tenho é indo aos ensaios com a maior frequência que posso. Faço musculação há muitos anos, sempre pratiquei esportes. Em relação à alimentação, sempre procuro me alimentar bem. Não faço nenhum tipo de dieta restrita. Tenho profissionais que me auxiliam.

Como lida com o assédio masculino no meio do samba?

Não acho que eu seja tão assediada assim. Na quadra da escola, as pessoas me tratam com muito respeito. O que acontece é quando a pessoa bebe demais. Aí, quando vai tirar a foto, a mão escorrega, bota a mão onde não tem que botar. A gente dá uma remexida, tira a mão. Mas nunca teve nenhuma situação desconfortável no Carnaval.

Você ganhou promoção no Corpo de Bombeiros. Agora, é capitã. Como se sente?

É algo que a gente espera muito. Ser militar sempre foi um sonho, me dediquei muito. Quando você é promovida, é impossível não se sentir feliz, grata, olhar pra trás e saber que sua carreira está sendo bem construída. Já tenho oito anos de Bombeiros. A minha carreira é uma das coisas mais importantes da minha vida.

E como é isso de desfilar no Carnaval sendo capitã? Precisa pedir autorização para desfilar?

É um tema que chega a gerar polêmica. Acho que, agora, as pessoas estão se acostumando um pouco. É lógico que existem diversas opiniões na corporação sobre isso, mas que não são opiniões da corporação. Tem gente que vê com preconceito, tem gente que vê de uma forma muito natural. Em relação à postura da corporação, nosso comandante geral sempre sabe de tudo o que acontece. A postura que eu percebo aqui é de orientação. Tudo o que acontece comigo, eles pedem pra que eu avise. Me sinto acolhida com isso. Sou sempre orientada a fazer sempre o melhor. O que, lógico, não pode ser feito é misturar uma coisa com a outra. A carreira militar não tem nada a ver com a do Carnaval. Esse é um cuidado que eu sempre tento preservar, respeitar meu regulamento. Não tenho problema na corporação e sou muito bem orientada.

A carreira militar não atrapalha em algo no Carnaval? Pedem para você não usar roupas tão ousadas na Sapucaí?

Não atrapalha. Nunca me cobraram pra eu usar uma roupa X ou Y, mas eu tenho esse sentimento de responsabilidade tão grande que eu mesma, ano passado, por minha conta, usei uma fantasia mais comportada, para as pessoas irem se acostumando. Eles não recomendam nada. Eles não se intrometem na minha vida pessoal, na minha liberdade.

Rola piadinha dos homens para você apagar o fogo deles?

Rola muito. Mas as pessoas não falam pra mim. Normalmente, o pessoal escreve muito em rede social. Diz que vai tacar fogo na própria casa, diz pra eu fazer respiração boca a boca, trocadilho com mangueira. Escrevem muita coisa, mas me falar, não faça, não.