Grande diva do teatro brasileiro, Bibi Ferreira morreu às 13h de ontem, aos 96 anos, após sofrer uma parada cardíaca. A atriz, cantora, diretora, compositora e apresentadora estava em seu apartamento, no Flamengo, na Zona Sul do Rio.
"Ela amanheceu normal, acordou, tomou seu café da manhã e tudo. Depois, se queixou que estava se sentindo um pouco com falta de ar. Como tem enfermeira, tiramos a pressão. O pulso estava fraco. Chamamos o Pró-Cardíaco. Eles vieram muito rápido. Ambulância, médico. Mas quando chegaram, ela já tinha partido. Morreu dormindo, tranquila", contou Tina Ferreira, filha da artista.
O velório de Bibi será hoje, no Teatro Municipal do Rio. A cerimônia será aberta para o público e acontecerá das 10h às 15h. Depois, o corpo da atriz será cremado.
Em junho do ano passado, Bibi foi internada no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, com um quadro de desidratação. Em setembro, com 77 anos de carreira, ela anunciou seu afastamento dos palcos. No comunicado, Bibi afirmou que iria levar "uma vida mais reclusa, com a família e seus amigos mais íntimos". Na época, a grande dama do teatro estava começando a ensaiar um show dedicado ao repertório de Dorival Caymmi.
Bibi se chamava Abigail Izquierdo Ferreira e nasceu em 1º de julho de 1922, no Rio. Seu pai era o ator Procópio Ferreira e a mãe, a bailarina espanhola Aída Izquierdo. Bibi fez sua estreia nos palcos com apenas 24 dias de vida, no colo da madrinha, Abigail Maia, na peça Manhãs de Sol. A atriz protagonizou musicais como Gota d'Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, Minha Querida Dama, O Homem da La Mancha, Alô Dolly e Piaf, a Vida de uma Estrela da Canção — foi um dos seus maiores sucessos nos palcos, em 1983.
Na televisão, Bibi comandou o programa Brasil 60, na TV Excelsior, em 1960. Ainda na Excelsior, ela apresentou o programa Bibi Sempre aos Domingos e o musical Bibi Ao Vivo. Na Globo, na década de 70, comandou os programas Brasil 78 e Brasil 79.