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Relação obsessiva

Letícia Lima fala sobre o amor doentio de Estela por Rui em 'Amor de Mãe'

Estela arma barraco com Rui e com e Érica
Estela arma barraco com Rui e com e Érica -

É como diz o ditado: 'sorte no jogo, azar no amor'. Linda e bem-sucedida, Estela, personagem de Letícia Lima em Amor de Mãe, da Globo, tinha tudo para ter uma vida tranquila, se não fosse o dedo podre que tem para os homens. Amante de Raul (Murilo Benício), a piloto de avião encheu seu coração de esperança ao ver o empresário se separar da mulher, Lídia (Malu Galli). O que ela não esperava era ser dispensada pelo bonitão, que iniciou uma nova relação com Érica (Nanda Costa).

"Rola uma paixão maluca e obsessiva. A Estela perde totalmente o chão, fica irracional", define Letícia, se colocando numa posição totalmente diferente da personagem. "Sou bem tranquila, acho que até mais que o padrão. Nunca aconteceu de eu ter problemas na relação por ciúme. Mas o contrário já aconteceu, de a pessoa ser muito ciumenta. Resolvi fazendo terapia", explica a atriz, de 35 anos, que não quis confirmar se está namorando. "Estou feliz", decreta.

Já na trama das 21h, Estela está prestes a se vingar de todos que a fizeram sofrer. Com sangue nos olhos, a ciumenta canaliza toda a dor em raiva, fingindo ser amiga de Lídia. Tudo faz parte de um plano no qual a piloto apresenta Tales (Alejandro Claveux), um personal trainer bonitão, para a ex de Raul, na intenção de acabar com a dondoca. "Esse contraponto dela ter o lado emocional tão frágil e fazer coisas não aceitáveis, como mal a outra mulher, por exemplo, não ter sororidade, são legais para o público acompanhar essa virada, e apontar onde aquilo deixou de ser saudável", avalia Letícia. 

Acreditando no poder transformador da arte, a atriz deseja ser espelho para mulheres que, assim como Estela, não enxergam que estão numa relação tóxica. "Se ela fosse minha amiga, eu indicaria terapia e, em segundo lugar, terapia também", brinca ela, que faz análise há anos. Defendendo a personagem, Letícia conta que o fato de Estela ser 'a outra' não a deixa satisfeita. "Ela se agarra ao amor. É por isso que ela está nessa situação".

Quando o ciúme atrapalha

Para compor a personagem, Letícia procurou pessoas que tiveram que se tratar quando a paixão se tornou uma doença. Segundo ela, conversas com mulheres que participam do Grupo Mada Brasil (Mulheres Que Amam Demais Anônimas) foi fundamental para a construção de Estela. "Todo mundo ali no Mada quer se curar. Todo mundo entende que é um vicio, que precisa de um processo de cura. Ao mesmo tempo confunde, porque é o amor, uma coisa tão positiva e bonita. É difícil perceber quando deixou de ser um amor saudável. O amor tem um 'q' de não saudável em alguns momentos", conta ela, que acrescenta. "Têm momentos na relação que você tem ciúmes exacerbado, mas isso deve ser fase. Quando isso se torna padrão é um sinal de alerta", avisa Letícia Lima.

Força, foco e fé

Em Amor de Mãe, Letícia Lima deixou um pouco de lado sua veia cômica para adotar uma postura diferente em frente às câmeras com uma personagem densa e dramática. "Eu sou muito sortuda. Essa é a minha segunda novela. A primeira ('A Regra do Jogo') foi um convite do João Emanuel Carneiro (autor). Aliás, não é só sorte, mas é tudo junto, muito universo", destaca ela, que estava morando há três meses em Los Angeles, nos Estados Unidos, quando recebeu o convite para a trama das 21h. Uma grande surpresa para ela. "Tomei um susto com o convite, porque é um produto que eu queria muito fazer. Mas estava focando em mim, sem expectativa nenhuma quando veio o convite. A palavra universo para mim é a mais forte que existe. Eu foquei na minha carreira, e no momento que eu consegui parar para estudar, foi quando fui convidada para fazer um projeto que eu queria tanto, então tem tudo a ver", reflete.
Estela arma barraco com Rui e com e Érica TV Globo / Divulgação
Letícia Lima, é Estela de 'Amor de Mãe', da Globo Globo / João Cotta

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