Frieza no calor de Bangu

A frieza é fundamental para todo bom atacante. Anderson Lessa, camisa 9 do Bangu, carrega essa característica. Calmo dentro e fora das quatro linhas, ele tem sido o destaque do clube na ótima campanha no Carioca: é um dos artilheiros da competição, com sete gols, empatado com dois jogadores que já estão fora do páreo — João Carlos, do Volta Redonda, e Maxwell, que trocou o Resende pelo Kalmar, da Suécia. 

O Alvirrubro, que venceu o Vasco no sábado passado (2 a 1), volta a enfrentar o Cruzmaltino na quinta-feira, desta vez pela semifinal da Taça Rio, no Maracanã. Invicto há cinco jogos, o Bangu tem a vantagem do empate para chegar à final.

Todos os sete gols marcados por Anderson Lessa foram com um único toque na bola — três deles de pênalti. O atacante de 29 anos, com passagens por Cruzeiro, Náutico e Avaí, chegou ao clube em 2018, mas parece conhecer o elenco há anos. "O trabalho tem dado frutos. O grupo deu liga, e o (técnico) Ado é muito importante para isso, assim como o Alfredo Sampaio foi. O grupo é de muita qualidade, todos ali tem gosto de vestir essa camisa", comentou.

Ontem, após o treino no já tradicional calor de Moça Bonita, a diretoria levou a campo o troféu da Taça Rio de 1987, último título de expressão conquistado pelo Alvirrubro — e de forma invicta. Ado, atual técnico, era uma das estrelas daquele elenco que venceu o Botafogo na final. Em Bangu, parece lei os jogadores conhecerem bem a história do clube. Com Anderson Lessa não é diferente. O atacante sabe que o clube da Zona Oeste conquistou o Campeonato Carioca em 1933 e 1966.

"Eu voltei para o Bangu para fazer história com essa camisa, que tem muita história no futebol brasileiro. Estou retribuindo dentro de campo todo o carinho da diretoria. É minha segunda passagem pelo clube, e estou muito feliz. Claro que meu objetivo é colocar o Bangu nas finais, mas também quero ser o artilheiro. Espero permanecer na briga", concluiu.