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Festa nas favelas

Moradores das comunidades vibram com jogo e comemoram o título do Flamengo

O zagueiro Rodrigo Caio marca o atacante Borré durante a decisão
O zagueiro Rodrigo Caio marca o atacante Borré durante a decisão -

Um adesivo colado num bar do Morro da Coroa, região central do Rio, decretava: "Obrigatório ser feliz neste local". A impressão é de que esse foi um acordo firmado nas centenas de favelas do Rio. O dia de ontem foi especialmente para praticar o fato de ser rubro-negro. Bandeiras, fogos, alto-falantes: o que se via, ouvia e falava era o Flamengo. Bem verdade que o jogo duro contra o River Plate deixou o clima bem tenso nas comunidades.

Ainda assim, era um outro tipo de tensão. O bolso vazio, o trem lotado, a bronca do chefe e a violência ficaram na sexta-feira. Sábado foi dia de Flamengo em campo e uma lição muito importante: acreditar sempre.

São Pedro colaborou com um dia de sol — a chuva só caiu no segundo tempo. Muitos já gritavam "Mengo" ainda pela manhã, enquanto iam às vendinhas garantir o carvão e o gelo para o churrasco.

Na Vila Sapê, em Jacarepaguá, foram 50 kg "entre carne, asa de frango e linguiça, além do famoso pão de alho", disse Katyto, um dos líderes da torcida Fla Vila Sapê. Antes do jogo, um grupo de pagode animou os moradores. Ou mascarou a ansiedade. Perto dali, no mesmo bairro, a festa da Fla-CDD foi na quadra do Coroado, a escola de samba da Cidade de Deus. "Aqui é sempre pique Maracanã: tem canto, bateria, bandeirão. Mais de três mil pessoas compareceram", contou Dario Loureiro, um dos organizadores. Durante o jogo, a luz caiu na comunidade e só voltou minutos depois.

No Jacarezinho, um sensacional 'camisão' de 6 m x 5 m foi estendido bem na entrada da comunidade, na Zona Norte do Rio.