O futebol brasileiro perdeu um de seus principais personagens. Alegre, comunicativo, cativante e competente, Valdir Espinosa morreu ontem, aos 72 anos, em virtude de complicações de uma cirurgia na região do abdômen. Ex-jogador (atuou por Grêmio, CSA, Esportivo e Caxias), foi como treinador que ficou famoso.
Iniciou a carreira no Esportivo-RS e conquistou o título de campeão do interior gaúcho, em 1979. Passou por Ceará e Londrina e chegou ao Grêmio em 1983. No Tricolor Gaúcho, vieram as conquistas mais importantes. Comandando um time com Renato Gaúcho, De León, Paulo César Caju e Mário Sérgio, ergueu a Libertadores e o Mundial Interclubes. "O dia amanheceu mais triste. Perdi meu segundo pai, meu irmão mais velho, meu exemplo, meu grande e fraterno amigo. Foi pelas suas mãos que cheguei ao Grêmio e consegui dar para a minha família tudo que sempre quis", disse Renato Gaúcho, técnico gremista e amigo íntimo.
Com os títulos pelo Grêmio, Espinosa ganhou o mundo. Foi trabalhar na Arábia Saudita e no Paraguai, e também ganhou títulos. Outra façanha aconteceu em 1989. Espinosa assumiu o Botafogo com 21 anos sem títulos e entrou para a história ao encerrar o jejum: campeão carioca com vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo, gol de Maurício. "Pode dizer que aquela estrela que ele viu no céu em 1989 agora virou a casa dele. Muito obrigado por tudo", disse Carlos Augusto Montenegro, integrante do Comitê Executivo de Futebol do Botafogo.