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Crise na CBF preocupa Fifa que teme volta de Ricardo Teixeira e Del Nero

Rogério Caboclo corre o risco de ter o seu mandato interrompido.

Rogério Cabloco
Rogério Cabloco -
Rio - A notícia de que a CBF passa por uma nova crise foi mal recebida pela Fifa. A Confederação Brasileira de Futebol vive um momento delicado desde que uma funcionária, há três semanas, se licenciou por motivos de saúde. Pessoas com conhecimento da situação em questão declararam que ela tem provas de desvios de comportamento do presidente Rogério Caboclo, que corre o risco de ter o seu mandato interrompido.

Para a Fifa, a situação da crise da CBF é tão ruim quanto a repercussão da possível volta de Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero ao palco principal do futebol nacional. Isso porque os dois ex-presidentes da entidade brasileira são considerados, pela entidade máxima do futebol, símbolos da "Velha Fifa", que foi marcada por escândalos de corrupção em anos recentes. A informação é do site 'GE'.

Marco Polo Del Nero foi indiciado pela Justiça dos EUA por cometer crimes de corrupção relacionadas ao futebol, mas ele nega as acusações. Tais supostos crimes são os meses pelos quais José Maria Marin, presidente da CBF entre 2012 e 2015, foi condenado pelo Tribunal Federal do Brooklyn. Del Nero, inclusive, foi banido de todas as atividades relacionadas ao futebol.

Por sua vez, Ricardo Teixeira renunciou a todos os cargos que ocupava no futebol em março de 2021, quando já era investigado não só dentro, como também fora do Brasil. Assim como Del Nero, ele nega todas as acusações. Embora estejam formalmente afastados do futebol, Teixeira e Del Nero ainda exercem grande influência sobre o futebol nacional.

A dupla nunca foi presa porque no momento em que foram indiciados, eles estavam no Brasil. É válido lembrar que o Brasil não extradita seus cidadãos.

Em 1989, Ricardo Teixeira foi eleito presidente da CBF com o apoio de João Havelange, presidente da Fifa na época. Contudo, em 2012, ele renunciou a todos os cargos que ocupava em meio as denúncias não só dentro, como também fora do Brasil.

Assim, Teixeira foi sucedido pelo vice mais velho da CBF, José Maria Marin, que comandou confederação em parceria com Del Nero. Este, por sua vez, assumiu a entidade em 2015.

Segundo o estatuto da CBF, em caso de vacância do cargo de presidente, o vice mais velho deve assumir e convocar uma nova eleição dentro do prazo de 30 dias. Dessa eleição, contudo, apenas vice-presidentes podem participar. Assim, o eleito comandaria a entidade até o fim do mandato atual, que se encerra em abril de 2023.

Dessa maneira, caso Rogério Caboclo deixe o cargo de presidente da CBF, Antonio Carlos Nunes teria que convocar uma eleição entre os seguintes nomes: Antônio Aquino (Acre), Ednaldo Rodrigues (Bahia), Castellar Guimarães (Minas Gerais), Fernando Sarney (Maranhão), Francisco Noveletto (Rio Grande do Sul), Marcus Vicente (Espírito Santo) e Gustavo Feijó (Alagoas), além, claro, do próprio Nunes.
Rogério Cabloco Divulgação
Marco Polo Del Nero foi presidente da CBF Divulgação