O índice de roubo de cargas reduziu em 14,4% durante a intervenção federal na segurança do Rio. De fevereiro a outubro, foram registrados 6.691 casos, segundo o Observatório da Intervenção, da Universidade Cândido Mendes. Investigações, prisões e indiciamentos de traficantes, receptadores e até de informantes das quadrilhas contribuíram para a queda. Foram 158 presos nos últimos nove meses.
"Analisamos registros de todas as delegacias para combater esse crime", diz Delmir Gouveia, delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC).
A Avenida Brasil é o local preferido das quadrilhas, principalmente entre Bonsucesso e Bangu. A favela Kelson, na Penha, é ponto estratégico do crime. As rodovias Washington Luís, Dutra e BR-101 também estão no mapa.
Os receptadores vão às comunidades para escolher os itens roubados. "Já houve registro de liberarem um caminhão de carga de gelo porque os compradores não quiseram o produto roubado", lembra o delegado Delmir.
Os chamados 'gerentes' do roubo' são criminosos que obrigam moradores a descarregarem os produtos roubados nas favelas. É o que acontece em Furquim Mendes, Dique, Beira-Mar e Ficap, entre Jardim América e Duque de Caxias. A ordem partia dos traficantes Gilberto Pereira dos Santos, Átila Martins Pena e Fabiano Elias da Silva Marinho (do Comando Vermelho), presos neste ano. "Mulheres, idosos, menores e até grávidas são obrigados a ajudar no descarregamento das cargas", diz Delmir.