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Missão cumprida?

Após 10 meses e R$ 880 milhões, militares vazam

Os militares durante operação no Complexo do Lins, na Zona Norte
Os militares durante operação no Complexo do Lins, na Zona Norte -

Do Carnaval ao Réveillon, a Intervenção Militar Federal na Segurança do Estado do Rio de Janeiro chega ao fim da mesma forma que começou: sob a euforia de grandes eventos populares.

A cerimônia oficial do fim da Intervenção foi realizada ontem, na sede do Comando Militar do leste (CML), no Centro do Rio. "Cumprimos a missão", declarou o interventor, general Walter Braga Netto, durante a cerimônia. Braga Netto também informou que R$ 120 milhões retornarão aos cofres públicos em decorrência das ações policiais. Em pouco mais de dez meses, R$ 880 milhões foram gastos na aquisição de equipamentos, suprimentos, veículos, armas e munições.

Comparados ao período de março a dezembro de 2017, os índices de roubo de carga e homicídio no estado caíram 19,5% e 13%, respectivamente, segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP). Em contrapartida, as mortes em decorrência de ações policiais e o número de tiroteios subiram 38% e 56%, nessa ordem, de acordo com dados do Observatório da Intervenção.

Segundo o especialista em Segurança Pública José Ricardo Bandeira, nesses 10 meses, a Segurança Pública fluminense "saiu de um estágio de 'pré-falência' e tornou-se funcional, sem alterar no entanto a sensação de insegurança que aflige a população".

Para o especialista, o único legado da intervenção é o Plano Estratégico de Segurança Pública, divulgado pelo Comando da Intervenção, em julho deste ano. "O próximo governador poderá isso para não cometer os mesmos erros do passado", afirma.