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Especialista diz que rompimento de barragem da Vale foi crime

Presidente do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas afirma que episódio em Brumadinho deve ser tratado como crime ambiental

Equipes de resgate procuram vítimas perto da cidade de Brumadinho, estado de Minas Gerias
Equipes de resgate procuram vítimas perto da cidade de Brumadinho, estado de Minas Gerias -

Brasília - O presidente do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas, Marcus Vinícius Polignano, disse nesta quarta-feira que o rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), não deve ser classificado como tragédia, mas como um dos maiores crimes ambientais já registrados no estado.

“Queremos dizer aqui da responsabilidade de todos: empresa, estado, poder político. Depois de três anos [desde o rompimento de outra barragem, em Mariana], estamos aqui falando o mesmo do mesmo, ouvindo declarações quase que as mesmas, para dizer de uma situação em que estamos enterrando rios e pessoas. Isso é inadmissível, que continuemos a fazer esse tipo de política pública.”

Durante coletiva de imprensa, Polignano informou que está sendo criado, junto ao Fórum Nacional do Comitê de Bacias Hidrográficas e ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba, um gabinete de crise da sociedade civil para acompanhar os desdobramentos em Brumadinho. Ele reforçou que não há qualquer empreendimento econômico que justifique “a perda da vida, da biodiversidade, da cultura e da esperança”.

“Mais do que declarações, precisamos efetivamente que os poderes públicos, do nível estadual e federal, tomem definitivamente atitudes, porque não aguentamos mais enterrar mortos, enterrar feridos, enterrar biodiversidade, enterrar rios”, concluiu.

Equipes de resgate procuram vítimas perto da cidade de Brumadinho, estado de Minas Gerias AFP
Índios que vivem à margem do rio Paraopebas foram afetados Lucas Hallel ASCOM/FUNAI