O Corpo de Bombeiros encontrou mais cinco corpos sob os escombros dos prédios que desabaram na Muzema, na Zona Oeste, sexta-feira. Entre as vítimas localizadas ontem estão Juliana Martins Souza Vicente, de 28 anos, e Ana Júlia Martins Souza Campos, de 6 anos, mãe e filha. O número de mortos na tragédia na comunidade subiu para 16. Pelos menos sete pessoas continuam desaparecidas.
De acordo com a tia de Ana Júlia, Priscilla Souza, de 35 anos, Juliana e a filha moravam na Rocinha, na Zona Sul, antes de se mudarem para a Muzema. No dia do desabamento, as duas estavam se arrumando para Juliana levar a menina para a escola. Elas moravam no prédio branco, o mais à esquerda dos que caíram.
Ontem, o presidente da Associação de Moradores da Muzema, Marcelo Diniz Anastácio da Silva, prestou depoimento por mais de seis horas na 16ª DP (Barra da Tijuca). Na saída, ele evitou falar com a imprensa ao ser perguntado sobre quem são os responsáveis pela construção ilegal dos prédios que desabaram. Marcelo se limitou a dizer que está muito sentido, mas disposto a ajudar e que já prestou todos os esclarecimentos possíveis.
A Polícia Civil investiga uma possível relação entre os presidentes das associações de moradores da Muzema e de Rio das Pedras, Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba, que está foragido desde janeiro, quando agentes descobriram que milicianos que dominam a Muzema usam as associações de moradores para a compra e venda de imóveis ilegais.