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Acusada de sequestrar criança indígena, Damares Alves rebate críticas no SBT

Ministra também esclareceu sobre a polêmica frase 'meninos vestem azul e meninas vestem rosa'

Damares tem desejo de encontrar um par
Damares tem desejo de encontrar um par -
Damares Alves foi convidada para o episódio de estreia do programa "SBT Mulher" criado pelo perfil da emissora no Facebook. Entrevistada por Rachel Sheherazade, na última segunda feira, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos rebateu as acusações de que teria sequestrado uma criança indígena no passado.

No início de 2019 houve uma polêmica envolvendo a filha adotiva Lulu, da aldeia Kamayurá, no Parque do Xingu, no Mato Grosso. "Na comunidade dela, filhos de mães solteiras têm que ser sacrificados. Lulu era uma dessas meninas que a mãe não podia ficar. A mãe não conseguiu matar e jogou na floresta", explicou. Lulu teria sido encontrada por um casal que a levou até Damares.

Naquela época a ministra atuava com a comunidade por causa da sua ONG Atini, que dá assistência à população indígena. "Foi amor a primeira vista", disse. "Fui proibida por muitos anos de falar. Porque eles acham que eu faço interferência cultural. Não posso salvar as crianças, porque no fato de salvar, estou mexendo na cultura. Só que tenho o entendimento que a cultura não pode ser maior do que a vida", completou.

"Nesse momento em que todo mundo precisava falar muito mal da ministra, eles (a imprensa) descobre que a Funai me via, no passado, como uma sequestradora. Mas eu nunca sequestrei uma criança indígena. Ainda", ressaltou ela. Para Rachel, Damares disse que se for preciso parte para ações drásticas. "Se eu precisar salvar uma vida. Se o único recurso for o sequestro, eu sequestro. Sequestro, vou na delegacia e falo: 'Sequestrei, mas vou ficar e vou salvar essa criança'", declarou.

Damares aproveitou a ocasião para esclarecer a polêmica frase "meninos vestem azul e meninas vestem rosa". "O que eu queria dizer com aquilo é que a criança pertence a família, a criança não pertence ao Estado. A família tem o direito e a liberdade, se quiser vestir rosa, se quiser vestir azul, sem nenhum patrulhamento. Se quiser vestir colorido, se não quiser vestir.O que a gente estava querendo dizer era o seguinte: chega de patrulhamento, chega de ideologia, chega de confusão", declarou ela.

Outra questão abordada na entrevista foi o feminicídio no país. "Essa luta de proteção da mulher no Brasil, nós vamos ter que esquecer todas as nossas diferenças ideológicas, partidárias e religiosas. Nós vamos ter que nos unir. Ou a gente faz isso ou a gente faz isso. Não tem opção B", avisou a ministra.