Apesar da demanda cada vez mais por respiradores, só metade dos leitos de UTI dos hospitais de campanha do governo do Rio terão respiradores. Ou seja, 50% dos 520 leitos anunciados terão o equipamento essencial para o tratamento de pacientes da Covid-19. A organização social Iabas, responsável pela pela construção e administração de sete hospitais de campanha afirma que o cálculo foi feito com base em norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Avinsa) publicada em 2010, que exige um respirador para cada dois leitos de UTI.
"O Iabas construirá 520 leitos de UTI. Isso exige, 312 respiradores — um para cada dois leitos mais reserva operacional de um respirador para cada cinco leitos de UTI", diz a OS em nota.
A OS informou que adquiriu 410 respiradores até ontem, dos quais 83 estão no Rio de Janeiro e 135 serão entregues amanhã. Outros cem serão entregues na semana que vem, e mais cem na primeira semana de junho.
Para o médico da Escola Nacional de Saúde Pública Fiocruz Daniel Soranz, o problema não é a falta de respiradores, mas sua má distribuição. "A questão é a existência de leitos com equipamentos desocupados, como no Hospital Estadual Anchieta e no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. Há leitos disponíveis, mas o governo não os utiliza. Não faz sentido falar em hospitais de campanha quando há vagas em unidades com desempenho clínico maior", afirma Soranz.
Comitê de Supervisão
A OS se comprometeu a apresentar este plano em até 48 horas, com prazo final para hoje. O IABAS esclareceu que um novo cronograma de entrega será apresentado hoje. Já a pasta disse que um novo cronograma sobre a inauguração dos hospitais de campanha será informado em breve. Das sete unidades sob responsabilidade da OS, apenas uma parte do hospital do Maracanã já foi entregue, no dia 9 de maio, após nove dias de atraso.