A sexta-feira começou movimentada no Leblon, área nobre da Zona Sul do Rio, com uma ação da Polícia Federal, pela Lava Jato. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços do ex-governador de São Paulo e atual senador José Serra (PSDB) e sua filha, Verônica Allende Serra. A acusação? Lavagem de dinheiro transnacional. A operação recebeu o nome de Revoada, em referência ao símbolo do partido de Serra, o tucano.
Segundo a Lava Jato, entre 2006 e 2007, Serra usou seu cargo e influência política para receber propina em troca da cessão de contratos bilionários de obras em rodovias em São Paulo.
De acordo com p Ministério Público Federal (MPF), Serra solicitou, no fim de 2006, propina de R$ 4,5 milhões da Odebrecht e indicou que gostaria de receber o montante não no Brasil, mas no exterior. Nas planilhas do famoso setor de propinas da empreiteira Odebrecht ele era identificado pelo apelido de 'Vizinho".
Em mensagem interceptada pelos investigadores, Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira, se refere a 'vizinho' como possível futuro presidente da República, em atenção à candidatura de Serra.
O senador José Serra refutou as acusações do MPF e emitiu nota dizendo causar estranheza a realização da Operação Revoada.
A nota classificou ainda a operação da PF como "desarrazoada" e que os fatos que balizaram os mandados foram baseados em "fatos antigos e prescritos e após denúncia já feita, o que comprova falta de urgência e de lastro probatório da acusação".
No Twitter, o PSDB afirmou que "acredita no sistema judicial do país e defende as apurações na utilização de recursos públicos, ao mesmo tempo em que confia na história do Senador José Serra".