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Nas redes, Witzel se pronuncia após STJ manter afastamento

Julgamento segue pelo colegiado, entretanto, já houve maioria a favor do afastamento

Wilson Witzel
Wilson Witzel -
Rio - O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, foi até as redes sociais após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) votar para manter seu afastamento do governo. De acordo com Witzel, ele jamais cometeu atos ilícitos e nunca recebeu qualquer valor desviado de cofres públicos. Ele afirma ainda que continuará trabalhando em sua defesa para mostrar a verdade e que respeita a decisão.
"Desejo ao governador em exercício, Cláudio Castro, serenidade para conduzir os trabalhos que iniciamos juntos e que possibilitaram devolver ao povo fluminense a segurança nas ruas e, com isso, a esperança em um futuro melhor", publicou em seu Twitter. 

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Avaliação colegiada sobre manter o afastamento de Witzel Reprodução/STJ
Cláudio Castro em reunião no Palácio Guanabara, no dia do afastamento de Witzel, com integrantes da Segurança Rogerio Santana/GOV RJ
Em pronunciamento duro, Witzel negou denúncias de corrupção e disse ser alvo de perseguição Cléber Mendes
Wilson Witzel no Palácio Laranjeiras em pronunciamento após afastamento do STJ Cléber Mendes
Wilson Witzel Cléber Mendes
Witzel se defendeu em pronunciamento Lucas Cardoso/ Agência O DIA
Witzel e Cláudio Castro Carlos Magno / Governo do estado
Wilson Witzel e Edmar Santos, na época em que o oficial da PM ainda integrava o governo Vera Araújo / Agência O Globo
Doze ministros, dos 15 presentes no julgamento por videoconferência, votaram pela manutenção da decisão tomada pelo ministro Benedito Gonçalves, na última sexta-feira. Apenas um deles, Napoleão Nunes, votou contra.
Afastamento
Benedito Gonçalves afastou o governador do cargo por pelo menos seis meses após investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) apontar o envolvimento de Witzel em desvios no governo do estado.
De acordo com a PGR, desde que assumiu o cargo,em janeiro de 2019, Witzel montou uma organização criminosa dentro do governo do estado. A quadrilha foi dividida em três grupos, que disputavam o poder com desvio de recursos dos cofres públicos.
O julgamento
No início da sessão, a defesa de Witzel apresentou duas "questões de ordem". Uma para discutir o quórum qualificado (para esclarecer o número mínimo de votos para mantê-lo afastado).
A Corte Especial do STJ, que é formada por 15 dos 33 ministros mais antigos do tribunal, entendeu que eram necessários o mínimo de 10 votos (quórum qualificado de 2/3) para que Witzel continuasse afastado do cargo de governador.
A segunda "questão de ordem" apresentada pela defesa era impedir que o julgamento fosse transmitido ao vivo pelo YouTube. A justificativa dos advogados foi que as investigações seguiam sob sigilo. No entanto, o pedido foi rejeitado pelos ministros.
O relator do processo, o ministro Benedito Gonçalves, foi o primeiro a votar. Em seu voto, o magistrado disse que sua decisão de aplicar a Witzel medidas cautelares diversas da prisão, é uma uma alternativa “menos gravosa”.
"Foi pedida a prisão preventiva. Entendi que a prisão preventiva era mais gravosa. Entendi por optar por medida menos gravosa, que era afastamento",afirmou Gonçalves.
O ministro Napoleão Nunes Maia, até o momento, foi o único a votar contra o afastamento de Witzel.
"A decisão liminar do ministro Benedito Gonçalves, sem fazer nenhuma restrição à lucidez de sua percepção, sem manifestar qualquer descontentamento com o conteúdo da sua decisão, eu penso que ela não está a merecer, da minha parte, o meu referendo”, alegou o magistrado no seu voto.