Mais Lidas

Polícia vai ouvir maquinista de trem que atropelou menino em Caxias para saber responsabilidade da madrasta

Mãe da vítima já foi ouvida. Ela contou que é garota de programa e estava trabalhando no momento do crime

Otávio Henrique estava sob os cuidados da madrasta quando morreu atropelado por um trem na Estação Saracuruna
Otávio Henrique estava sob os cuidados da madrasta quando morreu atropelado por um trem na Estação Saracuruna -
Rio - A Polícia Civil quer ouvir o maquinista do trem que atropelou o menino Otávio Henrique de Almeida Lemos, de seis anos, na última sexta-feira, nas imediações da Estação Saracuruna, em Duque de Caxias. O delegado da 60ª DP (Campos Elísios), Paulo Roberto Lima Freitas, investiga se houve intenção de matar ou negligência por parte da madrasta que acompanhava o menino. A mãe da vítima já foi ouvida. Ela contou que é garota de programa e estava trabalhando no momento do crime.
A madrasta de Otávio, Tainá Rodrigues, acompanhava-o para a casa da avó materna, em Santa Lúcia, em Caxias, onde ele iria passar o fim de semana. Houve uma queda de energia e a dupla foi caminhando pelas imediações da linha férrea. Em depoimento, a mulher disse que o menino caminhou pelo trilho do trem. Ela contou que alertou para que ele saísse dali. Segundo disse em depoimento, no entanto, uma composição veio e o vitimou.
O menino morava com a avó paterna e, há cerca de sete meses, foi morar com a mãe. O casal havia decidido deixar a criança com a avó depois que Otávio começou a apresentar comportamento inquieto nos últimos dias. A mãe contou ao delegado que está sendo perseguida por conta da morte do filho.
Por conta da queda da energia, a câmera do local não estava funcionando.
A madrasta de Otávio foi presa em flagrante, mas responde ao processo em liberdade. Ela é investigada pelo crime de homicídio. Agora, a polícia apura se houve dolo, intenção de matar, ou se houve homicídio culposo (sem intenção de matar) por negligência da responsável.
A Supervia lamentou profundamente a morte de Otávio e disse que acionou o Corpo de Bombeiros e o Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer) para o devido atendimento à vítima na sexta-feira.
A criança foi vítima do atropelamento por uma composição da extensão Guapimirim que chegava à estação Saracuruna.
A SuperVia ressalta que é extremamente importante que a população respeite as normas de segurança e não caminhe na linha férrea, área destinada exclusivamente para a circulação dos trens. O respeito à essa regra é imprescindível para evitar acidentes, que colocam em risco a vida de pessoas que acessam a via de forma irregular, além de causar prejuízos à circulação. Segundo a concessionária, o trem não consegue frear rapidamente. Quando freia, dependendo da velocidade, ainda percorre um caminho de 60 a 400 metros até parar completamente.
Otávio foi socorrido ao Hospital de Saracuruna Adão Pereira Nunes. Ele deu entrada às 19h20 da sexta-feira, com informação de atropelamento por trem, com parada cardiorrespiratória, revertida no local, sendo tentada todas as manobras para a manutenção da sua vida, que resultaram infrutíferas. Foi declarado óbito às 19h45 do mesmo dia, sendo o corpo encaminhado para o IML. A direção informa que o corpo saiu para o IML às 6h15 do sábado.