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Advogado: neto de Neguinho da Beija-Flor não estava com os demais baleados no baile

Gabriel Marcondes não tinha envolvimento com tráfico de drogas, diz defesa

Neguinho da Beija-flor deixa a 58ª DP com seu filho Paulo Cesar Marcondes, neto Paulo Marcondes e o advogado Márcio Fonseca
Neguinho da Beija-flor deixa a 58ª DP com seu filho Paulo Cesar Marcondes, neto Paulo Marcondes e o advogado Márcio Fonseca -
Rio - O advogado da família de Neguinho Beija-Flor, Márcio Fonseca, disse que Gabriel Marcondes não era amigo e não estava junto com os demais baleados no baile funk em que foram vitimados na madrugada do último domingo no bairro Ambaí, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. "Ele não era amigo e nunca teve envolvimento com o tráfico de drogas", afirmou a defesa.
A Polícia ainda investiga de onde partiu o tiro que matou Gabriel e outros dois jovens. Um quarto homem também ficou ferido, mas sobreviveu.
Questionado se a defesa estaria tentando provar a inocência do jovem, Fonseca disse que a própria polícia está tendo este entendimento. "A própria polícia, acho, já percebeu que ele não tinha envolvimento com o crime. Está investigando", acrescentou.
O pai e o irmão mais velho de Gabriel, Paulo César e Paulo Marcondes, prestaram depoimento no fim da manhã desta quarta-feira na 58ª DP (Posse) sobre o caso. Em seguida, o titular da unidade, delegado Willian Batista, ouviu parentes de outro baleado na ocorrência.
A família de Gabriel Marcondes, 20, deixou a 58ª DP (Posse) na tarde desta quarta-feira dizendo confiar na investigação sobre a morte do neto de Neguinho da Beija-Flor. "O crime está sendo apurado. Se Deus quiser, será esclarecido", declarou o cantor.

Neguinho não foi ouvido. O intérprete da Beija-Flor acompanhou o filho e o neto na delegacia.

Perguntado se Gabriel havia participado de uma montagem de tenda no baile, Paulo Cesar Marcondes disse apenas que o filho foi participar de uma festa na noite em que foi alvejado. O jovem costumava montar este tipo de estrutura e durante o enterro na última segunda-feira, familiares disseram que ele estava no baile para montar uma tenda.

"Ele foi participar de uma festa. O que aconteceu no decorrer, ali, a gente não sabe exatamente. Mas vai dar tudo certo. A Polícia está fazendo o trabalho dela. A gente acredita no trabalho da equipe. Acreditamos que o caso vai ser solucionado o mais rápido possível", disse Paulo Cesar Marcondes.

Paulo Cesar estava com a esposa em casa quando o filho foi morto na madrugada do último domingo. "Era um filho maravilhoso. Tinha vários sonhos. O primeiro tinha sido ser jogador de futebol. Ele era muito novo, com muitos sonhos", comentou.

Antes de comparecer à delegacia, Neguinho havia se dito descrente com as investigações. Ele temia que a morte do neto não fosse investigada e que Gabriel fosse tido por suspeito por ser negro e estar em um baile funk.

"Eu estou mal. Até agora a ficha não caiu. O garoto foi criado comigo. Não estou com tanta esperança do caso ser resolvido. Vão dizer que estava na hora errada no lugar errado", disse o intérprete. "Queriam que ele tivesse onde, no Barra Shopping, em Ipanema? Lá ele também seria suspeito. 'O que esse crioulo da Baixada está fazendo no shopping?', diriam. Qual o lazer de um garoto criado na Baixada? Nem todo mundo é obrigado a estar na igreja", acrescentou Neguinho na manhã desta quarta.
No dia do crime, a PM informou que equipes do 20º BPM (Mesquita) estavam em patrulhamento na localidade quando receberam denúncia sobre um baile funk não autorizado que estaria começando a bloquear via pública.

"Durante deslocamento, os policiais tentaram abordar ocupantes de uma moto na Avenida Henrique Duque Estrada Meyer. Eles fugiram em direção ao evento citado. No local indicado, as equipes foram recebidas por disparos de arma de fogo e ocorreu reação. Após cessar a situação, quatro indivíduos foram encontrados feridos", disse a PM à época.