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CPI da Covid: Renan diz que comissão 'comprova digitais' de Bolsonaro nas mortes por covid-19

O relator da comissão enfatizou 'trágica condução' do governo federal no enfrentamento à pandemia que ocasionou uma das maiores letalidades pela doença no mundo

O relatório final, segundo Renan, deve estar pronto no próximo dia 15, quando o documento será apresentado a outros senadores
O relatório final, segundo Renan, deve estar pronto no próximo dia 15, quando o documento será apresentado a outros senadores -
Brasília - Durante a leitura do relatório final da CPI da Covid, nesta quarta-feira, 20, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que a comissão conseguiu "comprovar as digitais" do presidente Jair Bolsonaro  (sem partido) na morte de vítimas da covid-19.
"A CPI foi a única no mundo a eviscerar as mazelas do chefe de uma nação. Esta CPI é a primeira a comprovar as digitais de um presidente da República na morte de milhares de cidadãos", afirmou. Confira:
O relator da comissão também afirmou que a CPI não foi contaminada pelo debate presidencial e seguiu a investigação com rigor técnico. Ele destacou ainda que o colegiado agiu sempre dentro da legalidade sendo "pioneiro" na reclassificação de documentos considerados sigilosos pelo Poder Executivo.
"No início da CPI, todos os documentos vinham classificados como sigilosos. Pela primeira vez na história, essa CPI reclassificou esses sigilos para alargar a investigação de modo a que a própria investigação se fizesse à luz do dia, com o acompanhamento de todos, iluminando o que havia de nefasto nessa roubalheira e nessa corrupção", disse.
Antes do encerramento da reunião, Calheiros enfatizou a "trágica condução no enfrentamento da pandemia", com assessoramento oficial ou do "gabinete paralelo" por aqueles que chamou de "piores ministros da história", que ocasionaram uma das maiores letalidades por covid-19 no mundo. Assista:
"Resultado funesto, sepulcral, derivado da soma de muitos erros e práticas mortais que conjugaram heresias científicas fatais como imunidade de rebanho, remédios ineficazes, boicote irracional e deliberado às vacinas e experimentos de triste memória nazista com seres humanos", afirmou Renan.
De acordo com o senador, além das mortes, "a vida foi desprezada" assim como a fome, desemprego, e indigência. Ele também afirmou que  "o governo Jair Bolsonaro entrará na história como o mais baixo degrau da indigência humana e civilizatória".
"O que testemunhamos foi uma tropa de jagunços institucionais, de instintos primitivos em estado anímico de matar", concluiu Calheiros.
O relatório final deve ser votado na próxima terça-feira, 26, e ainda poderá sofrer alterações, após sugestões de senadores.