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Congresso dos EUA aprova lei que protege o casamento homoafetivo

A Suprema Corte anulou em junho o direito ao aborto, vigente desde 1973, e o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo estava ameaçado

A Lei de Respeito ao Casamento exige o reconhecimento do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo desde que seja válido no estado em que foi realizado
A Lei de Respeito ao Casamento exige o reconhecimento do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo desde que seja válido no estado em que foi realizado -
Washington - A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou, nesta quinta-feira, 8, um histórico projeto de lei que protege o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A medida de precaução tem o objetivo de evitar que a Suprema Corte, liderada pelos conservadores, suspenda o direito em todo o país, como fez com o aborto.
O projeto de lei deverá ser sancionado pelo presidente Joe Biden. Na votação na Câmara, 39 republicanos se somaram à maioria democrata, unidos em uma rara demonstração de bipartidarismo, o que provocou aplausos no plenário menos de dez dias depois de o Senado aprovar o mesmo projeto de lei.
"Hoje, essa Câmara se orgulha de apoiar as forças da liberdade", disse a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, pouco antes da votação.
Por conta disso, os legisladores de ambos os partidos atuaram rapidamente para evitar uma medida similar com o casamento entre pessoas do mesmo sexo, como alguns temiam que pudesse acontecer.
Biden considera o casamento igualitário uma de suas prioridades legislativas e disse que assinará "rapidamente e com orgulho" o projeto de lei.
"Comecei minha carreira lutando pelas comunidades LGBTQ", tuitou Pelosi nesta quinta-feira, "e agora, um dos projetos de lei finais que assinarei como presidente da Câmara garantirá que o governo federal nunca mais entre no caminho de quem quer se casar com a pessoa que ama".
A nova legislação, conhecida como Lei de Respeito ao Casamento, não exige que os estados legalizem o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas que reconheçam o casamento desde que seja válido no estado em que foi realizado.
A nova lei revoga a legislação anterior, que definia o casamento como a união entre um homem e uma mulher, e também protege os casais interraciais ao exigir que os estados reconheçam os casamentos legais, sem distinção de "sexo, raça, etnia ou origem nacional".
A aceitação pública do casamento entre pessoas do mesmo sexo cresceu fortemente nas últimas décadas, e as pesquisas agora mostram que a grande maioria dos americanos é favorável a ele. No entanto, continua rejeitado por alguns conservadores e pela direita religiosa.
"Acho que este é o caminho errado", disse o republicano conservador Jim Jordan, pouco antes da votação.
Os democratas da Câmara baixa trabalharam com urgência para aprovar o projeto de lei, enquanto ainda estão no controle do Congresso.
Os republicanos conquistaram uma estreita maioria na Câmara nas eleições de meio de mandato de novembro. O partido assumirá o controle desta Casa em janeiro, enquanto os democratas mantêm uma pequena maioria no Senado. Em uma decisão de 2015, a Suprema Corte legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Desde então, centenas de milhares de casais homossexuais se casaram.