Seis oficiais da PM são condenados por desvio de dinheiro do fundo de saúde da corporação

O desfalque de quase R$ 2 milhões se deu, segundo a sentença, entre abril e setembro de 2014. Esse é apenas um dos processos de fraude no Fuspom que tramitam na Justiça, envolvendo 11 oficiais

Fachada do Hospital da Polícia Militar (HPM) de Niterói
Fachada do Hospital da Polícia Militar (HPM) de Niterói -

Seis oficiais da Polícia Militar foram condenados nesta terça-feira à prisão por corrupção ativa devido a uma fraude no Fundo de Saúde da Polícia Militar (Fuspom). A decisão foi da juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria Militar. Os militares foram julgados por desvio de quase R$ 2 milhões na compra de 18 mil testes de substratos fluorescentes para o Hospital da Polícia Militar (HPM) de Niterói.

O desfalque se deu, segundo a sentença, entre abril e setembro de 2014. Esse é apenas um dos processos de fraude no Fuspom que tramitam na Justiça, envolvendo 11 oficiais. No total, teriam sido desviados R$ 18 milhões do fundo.

De acordo com a decisão, os oficiais controlavam os processos administrativos que resultavam em celebração de contratos de compras de materiais e insumos para a área de saúde, beneficiando-se do recebimento de propinas de 10% pagos pela empresa contratada.

Na sentença, a juíza diz que "o fato dos autos causou grande indignação não só na população, mas, e principalmente, na própria corporação, tendo em vista que recursos financeiros foram desviados em detrimento de assistência dos usuários do Fuspom, sendo os recursos dos próprios beneficiários".

Segundo a PM, os oficiais estão sendo submetidos a conselhos de justificação e poderão ser demitidos após o trâmite, que inclui não só a decisão do secretário da Polícia Militar, mas também a aprovação do Tribunal de Justiça. A PM disse ainda que, até ontem, não havia recebido do TJ a ordem de prisão.

"Estão sem função", afirma a PM

Foram condenados os coronéis K.S.M., ex-diretor geral de Administração e Finanças, e D.A.S, ex-gestor da Diretoria Geral de Saúde da PMERJ; o major H.S.B.P; a capitã L.R.F, ex-chefe da Central Médica de Material Hospitalar do HCPM e do HPM/Niterói; o tenente D.O.B; e o tenente-coronel M.A.C, ex-auxiliar administrativo da Seção Administrativa de Logística e Finanças do HPM-Niterói. O coronel Ricardo Coutinho Pacheco, ex-chefe do Estado Maior da corporação, foi inocentado.

Procurada, a PM informou que os oficiais citados não estão presos e estão lotados na Diretoria Geral de Pessoal (DGP), sem função.

**Atualização em 25/4/2025**

A Justiça absolveu todos os envolvidos no caso pelas acusações relatadas acima e o processo encontra-se encerrado.

 

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