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Preso, mas bem pago

PM condenado por morte de juíza continua recebendo

Juíza Patrícia Acioli
Juíza Patrícia Acioli -

Condenado a 36 anos de prisão, em março de 2014, por ser o mandante da execução da juíza Patrícia Acioli, com 21 tiros, em 2011, o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva Oliveira foi excluído dos quadros da Polícia Militar, em decisão unânime dos desembargadores da 4ª Câmara Criminal.

Apesar da decisão, porém, ele continua recebendo R$ 21.420,01, por mês. Em sete anos e sete meses preso, Cláudio já recebeu, entre salários e décimos terceiros, mais de R$ 2,1 milhões da Polícia Militar.

"São dois pesos e duas medidas. Os praças já foram expulsos. A família fica indignada e isso denigre a imagem da PM", afirmou Simone Acioli, irmã de Patrícia. Transferido da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, Cláudio cumpre a pena em Bangu 1, no Complexo de Gericinó, na Zona oeste do Rio.

Ex-comandante do 7º Batalhão (São Gonçalo), Cláudio e mais dez policiais foram condenados. Nove praças acabaram expulsos. A juíza foi assassinada na porta de casa, em Niterói, porque, segundo o Ministério público, atuava em processos que apuravam o envolvimento de PMs em execuções. "Não há provas de que ele foi omisso ou sabia do crime para mandar", protestou o advogado Rodson Gomes Barcellos, que defende Cláudio, acrescentando que vai recorrer. "Não há condenação contra ele com trânsito em julgado. Ou seja, sem direito a recurso", afirmou Barcellos.