Os cariocas viveram ontem um dia de caos, que só não se transformou em outra grande tragédia por pura sorte. Às 12h35, parte do teto do Túnel Acústico Rafael Mascarenhas, no trajeto entre Gávea e São Conrado, desabou. Naquele momento, um ônibus passava pelo ponto da queda da estrutura, de concreto, e teve sua dianteira atingida, mas ninguém ficou ferido. Pela manhã, por volta das 10h, um novo deslizamento de terra já havia ocorrido na Avenida Niemeyer, que liga o Leblon a São Conrado e estava interditada. Um acidente de trânsito, 55 minutos depois, com a morte de uma pessoa, interditou o Túnel Rebouças, no sentido Lagoa. Os três eventos, ocorridos no intervalo de três horas e meia, levaram o Rio ao estágio de crise, o mais grave.
O engarrafamento na cidade registrou aumento de 67% no início da tarde: dos esperados 55 km para 92 km. A prefeitura liberou os servidores às 14h, para aliviar a hora do rush. Em vão. Com o caos instalado, a população não sabia como voltar para casa. "Meu ônibus passa por aqui e certamente vão ocorrer mudanças nas rotas", disse Gabriel Rodrigues, estudante de Jornalismo, da PUC-RJ, na Gávea.
Seu colega José Salgueiro também estava retido. "Passo por aqui todos os dias e, com esse acidente, fica a preocupação de novos desabamentos", disse.