Jogo de empurra

A tentativa de roubo de reservatórios de água do Condomínio Minha Casa Minha Vida, no Bairro Carioca 1, na Zona Norte do Rio, na última semana, pode revelar um esquema criminoso envolvendo funcionários da construtora do residencial, a Direcional Engenharia.

Ontem, o homem que seria o responsável por comprar as estruturas de ferro e alugar os dois guindastes, usados na tentativa de remoção de ao menos três caixas d'águas, foi ouvido na 25ª DP (Engenho Novo). Rafael Maia Martins, que possui um negócio de compra e venda de sucatas, contou, em um depoimento que durou mais de 3 horas, que um funcionário, identificado apenas como Bruno, e uma engenheira identificada como Érica, ambos da Direcional, estavam a par do crime. Bruno, inclusive, teria cobrado R$ 12 mil para ajudar na remoção das ferragens. As caixas d'água, avaliadas em cerca de R$ 260 mil, cada uma, seriam vendidas como sucata.

O empresário disse ter pago R$ 3 mil adiantados para a Transforça Locação de Equipamentos, para uso dos guindastes na tentativa de roubo. O valor total do aluguel foi firmado em R$ 7,5 mil. Ao sair da delegacia, Rafael Martins disse que "agora está nas mãos da polícia".

O depoimento do empresário vai na contramão do que revelou Bruno para a polícia, na última semana. O responsável pela manutenção dos reservatórios contou à polícia que, no dia do crime, passava pelo local no momento em que os homens flagrados por um helicóptero da Rede Globo tentavam retirar a estrutura.

Cinco pessoas já prestaram depoimentos na 25ª DP. A Direcional disse, em nota, que prefere não se manifestar. Até o fechamento desta edição, a Transforça não havia se manifestado.