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Suspeito de ataque ao Porta dos Fundos comemora decisão de retirada de vídeo da internet

Eduardo Fauzi gravou um vídeo da Rússia falando da liminar da Justiça do Rio

Fauzi gravou vídeo da Rússia
Fauzi gravou vídeo da Rússia -
O economista Eduardo Fauzi Richard Cerquise, de 41 anos, comemorou a decisão da Justiça do Rio que determinou a retirada do Especial de Natal do Porta dos Fundos "A Última Tentação de Cristo" da Netflix. A decisão foi dada nesta quarta-feira pelo desembargador da Sexta Câmara Cível do Rio Benedicto Abicair.
Fauzi é um dos suspeitos de ter participado do ataque com coquetéis molotov à sede da produtora, no Humaitá, na Zona Sul do Rio, na madrugada da véspera de Natal. Cinco dias depois, ele viajou para a Rússia, onde permanece desde então.
"Tremendo de frio de satisfação, de alegria, porque a Sexta Câmara Cível no Rio de Janeiro, se não me engano, mandou retirar, ainda que liminarmente, o especial blasfemo do Porta dos Fundos", Fauzi começou, em um vídeo gravado, na noite de ontem, em Moscou (assista mais abaixo). "Essa vitória é uma vitória de todo o povo brasileiro".
Além pedir que o vídeo saia do streamming, a Justiça proibiu que sejam divulgados trailers, making of, propagandas ou qualquer alusão publicitária ao filme. Em caso de descumprimento, tanto a Netflix quanto o Porta dos Fundos terão que pagar multa diária de R$ 150 mil.
O desembargador atendeu a um pedido da Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura, um grupo católico do Rio. Inicialmente, a entidade propôs uma ação civil pública pedindo para que o vídeo fosse retirado do ar, o que foi negado em primeira instância.
"Parabéns à Justiça brasileira, parabéns ao povo brasileiro, ao Centro Dom Bosco, todo mundo que rezou, que militou, que batalhou", Fauzi comemorou. "A luta continua, mas a vitória é nossa. Deus, pátria e família. Muto feliz, muito feliz...".
OAB SE MANIFESTA
Na decisão desta quarta, a Justiçado Rio entendeu que "a honra e a dignidade de milhões de católicos foi gravemente vilipendiada pelos réus, já que o Especial de Natal mostra Jesus como homossexual, Maria uma adultera desbocada e José como um idiota traído".
O desembargador defendeu que o teor do filme afronta princípios assegurados constitucionalmente, como o da dignidade da pessoa humana, o da liberdade religiosa e o do respeito aos princípios éticos e sociais da pessoa e da família.
Ainda nesta quarta, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, divulgou um comunicado criticando a decisão da Justiça do Rio. Para ele, "a Constituição brasileira garante, entre os direitos e garantias fundamentais, que 'é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença'". 
"Qualquer forma de censura ou ameaça a essa liberdade duramente conquistada significa retrocesso e não pode ser aceita pela sociedade", Santa Cruz continuou.