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Família recorre à Justiça e menino de 5 anos baleado na cabeça é transferido de hospital

Criança estava com o pai em um campo de futebol do Morro São João quando foi atingido pelo tiro

Criança está internada em estado grave no Hospital Salgado Filho
Criança está internada em estado grave no Hospital Salgado Filho -
Rio - Familiares do pequeno Arthur Gonçalves Monteiro Esperança, de apenas 5 anos, conseguiram na Justiça que o menino seja transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas (HGV), na Penha, Zona Norte do Rio. O pedido foi feito para que a criança seja atendida em algum local que tenha neuropediatria.

Arthur está no Hospital Municipal Salgado Filho desde que foi baleado na cabeça, na noite desta segunda-feira. Ele brincava de bola com o pai, no campo de futebol da Igrejinha, no Morro São João, no Engenho Novo, quando foi baleado na cabeça. Arthur foi a quarta criança vítima de bala perdida no Rio de Janeiro somente neste mês.

O segurança Paulo Roberto Monteiro Esperança, 36, pai do menino, também foi atingido pelo disparo, na mão esquerda, mas já recebeu alta.

"Ele ainda está sedado, o estado é grave. Fomos no plantão judiciário para que meu sobrinho seja transferido para um hospital que tenha unidade neuropediátrica. O Arthur precisa dessa transferência com urgência", disse o refrigerista João Paulo Monteiro Esperança, 38, tio da criança.

A família do menino é toda do São João e há três anos seus pais se mudaram para o Sampaio, em uma casa que fica a cerca de dois quilômetros da comunidade. O futebol de segunda-feira é uma tradição na rotina de Paulo Roberto e ele sempre costumava levar seu filho caçula.

"O Arthur é muito agarrado com o pai. Meu irmão leva ele para cima e para baixo. Paulo tava estava na lateral do campo, aguardando a próxima partida para jogar, era do time de fora, e, enquanto isso, tava brincando com o filho, tocando bola para ele", contou João Paulo.

Segundo o refrigerista, o tiroteio aconteceu de repente.
"Se tivesse operação, algo do tipo, o futebol seria cancelado", cogitou, dizendo que o primeiro instinto do irmão foi proteger o filho. "Ele abraçou o Arthur e deitou com ele no chão. Mas o tiro atingiu ele na mão, a bala atravessou e ficou alojada na cabeça do meu sobrinho".

Galeria de Fotos

João Paulo Monteiro Esperança, tio do menino Reginaldo Pimenta / Agência O DIA
Valdir Gonçalves da Silva, avô do Arthur Reginaldo Pimenta / Agência O DIA
Paulo Roberto Monteiro Esperança, pai do Arthur Reginaldo Pimenta / Agência O DIA
João Paulo Monteiro Esperança, tio do menino Reginaldo Pimenta / Agência O DIA
Avô de Arthur e pai de Paulo Roberto, o aposentado Valdir Gonçalves da Silva, 74, disse que chegou a ver carros passando em alta velocidade e ouviu dizer que estavam socorrendo alguém, mas não iria imaginar que os socorridos eram seu filho e neto.

"Os carros passaram e falaram que estavam levando uma criança baleada para o hospital. Mas jamais eu iria imaginar que era o meu neto", relembrou.

A família espera que a transferência do pequeno Arthur seja feita o mais rápido possível.

"Ele está em estado grave, mas não vamos perder a esperança. O Arthur é um garoto exemplar. Faz judô, estuda, é muito ativo e querido", finalizou.

Representantes da Secretaria estadual de Vitimização compareceram ao hospital, na manhã desta terça, para oferecer assistência à família de Arthur.