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MP realiza operação para prender integrantes da milícia do Rio das Pedras

São três mandados de prisão e 14 de busca e apreensão, que estão sendo cumpridos na comunidade e em Curicica, Recreio, Itanhangá e Jacarepaguá

Operação é feita pelo Ministério Público estadual
Operação é feita pelo Ministério Público estadual -
O Ministério Público estadual (MPRJ) faz, desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira, a Operação Intocáveis III, para prender três integrantes da milícia que age em Rio das Pedras e região, na Zona Oeste do Rio. Os agentes também cumprem 14 mandados de busca e apreensão contra os milicianos na comunidade e em Curicica, Recreio dos Bandeirantes, Itanhangá e Jacarepaguá.
Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital. Um dos alvos é Bruno Leonardo Fonseca Teixeira, considerado "laranja" do bando e que está foragido desde a segunda fase da operação, em janeiro do ano passado. Ele não foi encontrado hoje.
Outro alvo é Fernando Braga Ribeiro, que também é "laranja" e foi preso na Intocáveis II.
O terceiro mandado de prisão foi contra um dos líderes do grupo paramilitar, Marcus Vinicius Reis dos Santos, conhecido como Fininho, que foi capturado na primeira fase da operação, em janeiro de 2019. 
Alvos dos mandados de busca e apreensão:
. Thaísa Oliveira da Silva Teixeira: 'laranja'
. Fabrício Ferreira Godoi: 'laranja'
. Valdiane Moreira de Sousa: auxiliava Fininho na contabilidade da agiotagem
Em um dos endereços, os agentes aprenderam R$ 117 mil em dinheiro, celulares, computadores e documentos. O conteúdo será analisado para o prosseguimento das investigações sobre as atividades da milícia.
QUASE R$ 6 MILHÕES MOVIMENTADOS
De acordo com o MPRJ, mesmo na cadeia, Fininho continua dando ordens aos seus comparsas. Ele é braço direito de outro chefe do bando, o major da Polícia Militar Maurício Silva da Costa, o Maurição, também preso na Intocáveis I.
As investigações apontaram que a quadrilha já movimentou e "lavou" pelo menos R$ 5.787.460,57, através da exploração de diversas atividades criminosas, como extorsões, grilagem e agiotagem. O valor está bloqueado pela Justiça. 
Ainda segundo o MPRJ, para "lavar" o dinheiro, Fininho adquiriu diversas residências de alto padrão e construiu empresas, atribuídas a terceiros, "sempre com a finalidade de ocultar e dissimular a origem e a propriedade dos recursos financeiros". Como não tinha patrimônio para a compra dos imóveis, ele dissimulava os valores declarados nas transações, incompatíveis com seus rendimentos. 
O miliciano também movimentou valores em contas bancárias de integrantes do grupo paramilitar para tentar "legalizá-lo".
CASO MARIELLE
A operação Os Intocáveis foi realizada pela primeira vez no dia 22 de janeiro de 2019, quando 13 pessoas foram denunciadas por formação de organização criminosa em Rio das Pedras e região. A partir da análise de documentos e aparelhos eletrônicos apreendidos na ocasião foi possível identificar a participação dos novos criminosos em crimes praticados pela mesma quadrilha.
As investigações avançaram a partir da análise de celulares apreendidos na Operação Lume, realizada em 12 de março de 2019. Na ocasião, foram presos o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, acusados pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes.