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Ex-PM é preso por extorquir advogada flagrada com maconha no Maracanã

Mulher teve que entregar 16 mil dólares para ser libertada pelo policial e outros três colegas de farda

Roque (de azul) foi preso juntamente com outros foragidos da Justiça
Roque (de azul) foi preso juntamente com outros foragidos da Justiça -
A Divisão de Capturas da Polícia Civil (DC-Polinter) prendeu, nesta quinta-feira, o ex-PM Roque Manhães Ribeiro, de 44 anos, condenado a seis anos de prisão por extorquir, em março de 2008, uma advogada na altura do Morro da Mangueira, no Maracanã, na Zona Norte do Rio. O ex-policial foi encontrado na casa de parentes em Mesquita, na Baixada Fluminense. Ele foi capturado juntamente com outros dois foragidos da Justiça. 
O delegado Mauro César Júnior, titular da DC-Polinter, disse que Roque estava sendo procurado desde dezembro do ano passado, quando foi expedido um mandado de prisão contra ele. Ele e outros três PM (Laerte Bernardo dos Santos, Marcelo Douglas Sila Marques e Erasmo Antônio da Cruz), todos ex-soldados do 6º BPM (Tijuca), foram condenados no dia 10 de junho de 2009 pelos crimes de roubo e concussão, quando um servidor público exige para si ou para outra pessoa vantagem indevida.
O crime foi praticado entre a noite do dia 23 e a madruga de 24 de março de 2008, na descida do viaduto da Mangueira. Na ocasião, os quatro então PMs abordaram a advogada, que estava de carro. Ela estava deixando o Morro da Mangueira, quando foi encontrada com cinco trouxinhas de maconha e recebeu voz de prisão em flagrante por tráfico de drogas.
De acordo com denúncia oferecida pelo Ministério Público estadual (MPRJ), os policiais colocaram a mulher algemada na caçamba da viatura policial. Inicialmente, eles pediram R$ 30 mil, andando com ela por alguns metros, até uma das entradas da Uerj.
Ficou combinado que a tia da advogada iria dar 15 mil dólares para os policiais. Enquanto aguardavam a parente entregar a quantia, os PMs roubaram R$ 400 da carteira dela e um DVD portátil do seu carro. No depoimento à Justiça, a vítima relatou que os policiais chagaram a ameaçar de morte durante o crime.
Ainda segundo o MPRJ, depois que receberam os 15 mil dólares da tia da advogada, os soldados a libertaram, mas exibiram mais R$ 6 mil. Eles combinaram um bar na Praça Edmundo Rego, no Grajaú, para a entrega da quantia. Foi quando a mulher procurou o batalhão da Tijuca para denunciar os PMs. 
No julgamento do TJRJ, todos foram condenados em regime fechado por roubo e concussão. Roque foi expulso da Polícia Militar após o crime. Laerte, Marcelo e Erasmo seguem foragidos.