Milicianos de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, estão monopolizando novas atividades empresariais para aumentar a fortuna com a exploração ilegal. Investigações da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) apontam que a venda de cestas básicas é o novo negócio dos paramilitares que atuam nos bairros da Posse, Camari, São Jorge e Luiz de Lemos.
A organização criminosa, que é composta por pelo menos 13 integrantes, é investigada desde 2015, segundo o Ministério Público do Rio (MPRJ).
Além da venda de cestas básicas, muito comercializadas principalmente durante a pandemia da Covid-19, o bando já explorava a venda de gás, água, pontos de internet e de TV a cabo, de acordo com o MP e a Polícia Civil.
"Eles trabalham com extorsão, roubo e "clonagem" de veículos, monopolizando atividades econômicas lícitas ou ilícitas, como distribuição de internet, gatonet, venda de cestas básicas, gás, água, entre outras coisas, sem concorrência de mercado", disse o delegado Uriel Alcântara, titular da DHBF.
Um dos integrantes dessa milícia é Alexander Moreira da Silva, conhecido como Nem da Posse ou Nem 38, de 26 anos, preso em 27 de abril por policiais da 24ª DP (Piedade). Ele foi encontrado em um condomínio de luxo, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Nem da Posse investigado por homicídios
Segundo a polícia, a motivação para o crime se deu pelo fato da vítima, no passado, ter tido envolvimento com tráfico de drogas. Mario Fernando foi atacado com tiros de pistolas calibres 9mm e .40, que o levaram a óbito ainda no local.
Além disso, o miliciano ainda é investigado em outros dois inquéritos de homicídio da DHBF. Um deles, é sobre morte do policial militar Railinson de Carvalho Barbosa, no dia 19 de março, no bairro Caiuaba, em Nova Iguaçu.
O PM estava em frente a sua empresa de internet, quando quatro homens, a bordo de um Voyage prata, chegaram atirando contra ele, por volta das 17h45. A especializada apura se o crime foi motivado pela disputa por pontos de internet, já que os milicianos não aceitam concorrências.
Nem da Posse também é suspeito de ter matado André Luiz dos Santos Luiz, no ano passado. O homem estava fazendo serviço de manutenção na calçada de sua casa, quando foi executado a tiros. A polícia acredita que o homicídio também foi motivado porque a vítima era ex-presidiária e já teve relação com o tráfico de drogas.
Miliciano é aliado de Tandera
Com a liderança, Nem passou a ter contato direto e ser um dos homens de confiança Danilo Dias Lima, o Tandera, um dos milicianos mais procurados do Estado do Rio. O bando de Tandera apoiou a invasão às comunidades da Dezoito e do Urubu, no Rio, controladas por traficantes do Comando Vermelho (CV), no final de janeiro.
Na ocasião, quatro paramilitares, oriundos de Nova Iguaçu, foram presos pela Polícia Militar com três fuzis e duas pistolas.