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Morador morto em operação da PM era considerado um profissional de excelência por patrão

Fabrício de Souza, 26, trabalhava de carteira assinada há dois meses e estava juntando dinheiro para comprar uma bicicleta de Natal para uma das filhas

Fabrício Alves de Souza, 26 anos, foi morto durante confronto entre criminosos e a Polícia Militar
Fabrício Alves de Souza, 26 anos, foi morto durante confronto entre criminosos e a Polícia Militar -
Rio - Fabrício Alves de Souza, de 26 anos, morto a caminho do trabalho durante um confronto entre criminosos e policiais do 41º BPM (Irajá) no Complexo da Pedreira, Zona Norte do Rio, estava com a carteira assinada há pouco mais de dois meses e era considerado um profissional de excelência. Ele prestava serviço como pintor em uma obra da Cury Construtora, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ao DIA, o patrão de Fabrício, Claudinei Gomes Silva, de 37 anos, contou que o funcionário tinha comprometimento com o horário e estava sempre disposto a ajudar os colegas.
"Se eu pedisse pra ele passar um pouco do horário por causa de algum imprevisto no serviço, ele aceitava na hora. No feriado de Dia das Crianças, por exemplo, eu precisei de ajuda na obra e ele prontamente foi trabalhar. Sem falar que ele era muito querido por toda a equipe, os funcionários estão de coração partido", contou o patrão, que completou: "Hoje em dia é muito difícil encontrar um profissional do patamar dele, que cumpria com o horário".
Claudinei lembrou que no dia anterior a sua morte, Fabrício contou que estava juntando dinheiro para poder dar uma bicicleta de Natal para uma das filhas. "Ele só falava na família, de como queria dar uma boa condição de vida para eles". A vítima deixa duas filhas, uma de cinco anos e outra de dez meses, e esposa. A filha caçula ainda não sabe da morte do pai.
A amiga da família, Fabiana Simão, contou que Fabrício ia tentar arrumar um emprego de faxineira para ela após a finalização das obras onde ele estava prestando serviço. "Como os apartamentos iriam precisar de uma boa faxina após a construção, ele disse que ia me ajudar a arrumar um emprego lá. Ele também ajudava vários amigos para arrumar um serviço extra", conta.
Fabrício foi morto na manhã da última terça-feira (21) e ainda não se sabe da onde partiu o tiro que matou o pintor. Ele chegou a ser socorrido por moradores para a UPA de Costa Barros, mas, segundo a direção da unidade, o paciente já chegou em óbito.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte. Testemunhas estão sendo ouvidas e a investigação está em andamento. A Polícia Militar também está apurando as circunstâncias do ocorrido e afirmou que vai colaborar integralmente com as investigações da DHC. Fabrício não tinha antecedentes criminais.
Fabrício de Souza será enterrado às 14h45, desta quarta-feira, no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte.