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Mangueirinha de Caxias: de um pé de manga, a identidade de uma favela da Baixada Fluminense

Sidney dos Santos estuda a identidade social dos moradores da Mangueirinha, favela tradicional de Duque de Caxias

Complexo da Mangueirinha
Complexo da Mangueirinha -
Moradores antigos contam que, na década 1930, uma árvore frondosa servia de ponto de encontro da população que morava na área do Jardim Centenário, em Duque de Caxias. Embaixo do pé de manga, a vizinhança se reunia para tomar uma boa cachaça, ou esperar o ônibus. Sidney Silva, pesquisador e ex-morador da Mangueirinha, estudou a identidade da população da favela e pretende lançar um livro sobre o tema. "A Mangueirinha foi formada por trabalhadores das fazendas. Na época, a região era um complexo de fazendas, como muitos outros lugares da Baixada Fluminense", explica o pesquisador.
"Uma das fazendeiras, que dá nome a uma das ruas do bairro, Francisca Tomé, foi uma que loteou o bairro, no antigo Parque Centenário. Por lguns problemas de salubridade, terrenos pantanosos, difíceis de se lidar, ela loteia essa fazenda e dá origem a uma grande parte do Centenário. Outros fazendeiros fizeram a mesma coisa, por volta da década de 1920. A formação é de trabalhadores dessas fazendas, alguns oriundos daquela reforma do Pereira Passos", conta Silva. Assim, a população cresceu, vindo gente de lugares diferentes.
"São basicamente esses moradores que vão formar a Mangueirinha. Meu avô, por exemplo, nasce em Minas, em 1914, e em 1934 ele chega em um bairro chamado Paulicéia. Quando ele vê o loteamento da Mangueirinha, percebe a possibilidade de comprar seu próprio terreno e construir a sua casa, ainda de estuque (uma massa formada da mistura entre cal, gesso e água). Na década de 1930, 1940, as casas eram construídas à base de estuque".
 

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