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Pré-vestibular da Vila Aliança mantém vivo sonho de acesso ao ensino superior

Colunista convidado desta semana, Ezemar Adad fala da importância do suporte dado para jovens e adultos da comunidade da Zona Oeste do Rio se prepararam para o vestibular

Ezemar mantém o projeto desde 2006
Ezemar mantém o projeto desde 2006 -
Sou professor da rede estadual de ensino e milito desde 2006 como coordenador no pré-vestibular comunitário da Vila Aliança, comunidade que nasce da remoção de favelas das zonas Norte e Sul do Rio na década de 1960.
A Vila Aliança, junto com a Vila Kennedy, é responsável pelos primeiros conjuntos habitacionais da América Latina.
Hoje, a Vila Aliança tem uma juventude que pede por oportunidade, principalmente no acesso ao ensino superior. E o pré-vestibular nasceu dessa necessidade de ser uma ferramenta para ajudar nossos jovens a se prepararem para as provas de acesso à universidade.
Tentamos animar o sonho dessa juventude, e também de vários adultos, que tentam esse acesso. Nosso papel é de não deixar com que esses sonhos pereçam e, para isso, contamos com a ajuda de vários voluntários, professores e outras pessoas que ajudam indiretamente a manter esse trabalho - não com dinheiro (não temos ajuda pública, nem privada), mas com ajuda presencial dando aulas, palestras ou mesmo participando dos eventos que realizamos, como seminários e saraus.

Galeria de Fotos

Projeto existe há 14 anos Arquivo Pessoal
Aula de campo no Centro do Rio Arquivo Pessoal
Aulas acontecem na Paróquia Menino Jesus de Praga Arquivo Pessoal
Ezemar é professor da rede estadual de educação Arquivo Pessoal
Aula de campo em Petrópolis Arquivo Pessoal
Aulas acontecem na Paróquia Menino Jesus de Praga Arquivo Pessoal
Ezemar mantém o projeto desde 2006 Arquivo Pessoal
Já temos hoje uma geração de jovens formados pelas universidades públicas e privadas, com geógrafos, historiadores, médicos, pedagogos, enfermeiros e várias outros.
O pré-vestibular funciona desde 2006 na Paróquia Menino Jesus de Praga e alcançamos todo o território, desde Vila Aliança, Senador Camará e Vila Kennedy. Como não temos verba pública, nem privada, cobramos um valor simbólico de R$ 20 para a manutenção do curso (pagar cópias, ajuda na passagem dos professores que vem de fora da comunidade e outros gastos).
Certa vez me perguntaram sobre o impacto na vida de cada um que vem para o pré. Respondi que só de manter essa chama acesa, nosso trabalho já valeu. Porém, é claro que esse impacto é muito maior. Hoje, já temos vários de nossos alunos que já retornam para o pré para lecionar. É um pedido que sempre faço no início do curso, para que todos retornem o que receberam.
Em um país que não valoriza a educação, ainda temos muito que trabalhar. Que nesse dia 15, onde iremos escolher nossos representantes, tenhamos pessoas que tenham a educação em seu programa, que valorizem os professores, que deem estrutura para as escolas e criem projetos de verdade para que tenhamos uma educação libertadora e uma escola inclusiva. Os jovens de nossas comunidades clamam por esse dia.
E viva a Educação!
* O texto é de responsabilidade do autor

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