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J. Medeiros

Artista compõe a exposição OM Art

J. Medeiros
J. Medeiros -

Cria de São Gonçalo, J. Medeiros conta que a arte sempre esteve presente em sua vida. As suas principais influências foram sua mãe, Luciléia, uma grande artesã de quem herdou o interesse desde pequeno por produzir artesanato, e seu pai, Jefferson, operário da indústria alimentícia, que motivou o artista a vender artesanato no colégio e, posteriormente, na faculdade.

Mas foi a violência cotidiana que gerou nele a necessidade de usar a arte como um grito de descontentamento com a estrutura violenta de São Gonçalo e das periferias. Um mundo que, a todo custo, ele tenta inverter por meio de suas criações, como mapas e peças transformadas de suas formas originais. Quem entender que a cidade é - ou pelo menos deveria ser - de quem a constrói todos os dias, não passa por esse artista sem notar a importância do seu trabalho.

Atuando também como professor e mestre em Estudos Contemporâneos de Arte, J. Medeiros afirma que o ponto alto do seu trabalho está na esperança que encontra nas crianças.

Na mostra "Vazar o invisível", que acontece até o dia 31 de outubro no estúdio OM Art, dentro do Jockey Clube, no Jardim Botânico, ele traz a obra "Espiral do Segura", um espiral feito em arames farpados, que repete diversas vezes a palavra "segura". "Construí essa obra com uma lógica de pensar o cotidiano periférico, que tá ali envolto por cercas, e nem sempre são cercas visíveis e físicas, mas invisíveis. E a gente precisa vazar esses cercamentos que segregam na nossa sociedade", conclui o artista.

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