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Rapper lança música sobre violência estatal nas favelas

Westt lança single "Dona Ana", onde casou imagens da manifestação da chacina do Jacarezinho

Westt
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Recém-lançada, a música "Dona Ana", escrita por Westt, de 25 anos, casou com as imagens da manifestação da chacina do Jacarezinho, seu bairro. Além de contar a história da personagem Dona Ana, a faixa mostra o histórico de violência estatal que os moradores de periferias sofrem.

A letra, escrita em 2018 como poesia, retrata o racismo institucional e estrutural da Polícia Militar e da sociedade por meio da história de uma mãe negra que teve seu filho - um jovem negro e inocente - morto pela PM: "Ninguém liga se vê um corpo de preto esticado no chão, ninguém liga pra ambulância. Cês só ligam pra polícia". Basta dar um Google para que a informação se confirme. "Pretos e pardos representam 78% dos mortos por intervenção policial no Rio de Janeiro", de acordo com a última pesquisa divulgada em 2020, com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ).

O rapper começou a compor na escola, quando tinha apenas 9 anos e morava em Belford Roxo. Com a ajuda da própria mãe, que fez o dever de casa no seu lugar, Felipe Ribeiro (seu nome real), decorou e declamou a poesia na frente da turma. Acreditando que os versos eram de sua autoria, os amigos de Westt pediram para ele realizar novas composições.

"Bom, como minha mãe não estava ali pra escrever pra mim, eu tive que fazer, né? Depois, passei a me destacar nas redações e esse ocorrido me marcou. Foi meu ponto de partida! ", relembrou Westt.

A música, gravada em parceria com os cantores Renan e Soraya, está disponível no Youtube através do link https://www.youtube.com/watch?v=B6ns3fNkYf0 (ou intitulada "WESTT - Dona Ana ft A Voz e Sol")

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