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acadêmicos do Salgueiro

A agremiação vai homenagear os 150 anos do nascimento de Benjamim de Oliveira, reconhecido como o primeiro palhaço negro do Brasil

Rio, 16/01/2020, ESPECIAL, Escola de Samba Salgueiro, Foto de Gilvan de Souza / Agencia O Dia
Rio, 16/01/2020, ESPECIAL, Escola de Samba Salgueiro, Foto de Gilvan de Souza / Agencia O Dia -

Respeitável público, o Salgueiro vai transformar a Marquês de Sapucaí em um grande picadeiro. A Vermelha e Branca vai homenagear os 150 anos do nascimento de Benjamim de Oliveira, reconhecido como o primeiro palhaço negro do Brasil, com o enredo O Rei Negro Do Picadeiro. 

O carnavalesco Alex de Souza explica como o enredo será desenvolvido na Passarela do Samba. "Começamos com o circo 'zoológico', aquele tradicional e antigo, passamos para os espetáculos aéreos e, em seguida, para a trupe cigana. Também contamos um pouco da história do Benjamim com a música e a introdução do circo teatro no Brasil. Terminamos com a arte do palhaço, o ofício pelo qual ele ficou conhecido." 

Ao levar para o desfile a memória do palhaço e do circo, o carnavalesco acredita que o público vai se emocionar. "De alguma maneira, todos têm algo relacionado ao circo, idosos ou crianças, brasileiros ou estrangeiros. O Benjamim e esse desfile trazem uma mensagem lúdica, de positividade e, acima de tudo, chama atenção para a representatividade negra nas artes e na cultura do Brasil", afirma. 

Ao ser questionado se tem algum carro ou ala que acha que vai cair nas graças do público, Alex faz sua aposta. "Acho que o desfile todo será de muitas surpresas, mas o último carro, não só pelos artistas negros, mas pelo colorido e pela homenagem, vai emocionar", diz.

Ficha técnica

Enredo:
O Rei Negro Do Picadeiro.

Carnavalesco: Alex de Souza.

Cores da escola:

Vermelho e branco.

Puxador: Emerson Dias e Quinho.

Início do desfile:

Entre 23h30 e 23h50.

Rainha de Bateria:

Viviane Araújo.

Mestre de Bateria:

Guilherme e Gustavo.

Cante o samba

Na corda bamba da vida me criei

Mas qual o negro não
Sonhou com liberdade?

Tantas vezes perdido, me encontrei

Do meu trapézio saltei num
Voo pra felicidade

Quando num breque,
Mambembe moleque

Beijo o picadeiro da ilusão

Um novo norte, lançado à sorte

Na "companhia" do luar...

Feito sambista...

Alma de artista que vai onde o povo está

E vou estar com o peito repleto de amor

Eis a lição desse nobre palhaço:

Quando cair, no talento, saber levantar

Fazer sorrir quando a
Tinta insiste em manchar

O rosto retinto exposto

Reflete no espelho

Na cara da gente um nariz vermelho

Num circo sem lona, sem rumo, sem par...

Mas se todo show tem
Que continuar (bravo!!)

Bravo!

Há esperança entre sinais e trampolins

E a certeza que milhões de Benjamins

Estão no palco sob as luzes da ribalta

Salta, menino!

A luta me fez majestade

Na pele, o tom da coragem

Pro que está por vir...

Sorrir é resistir!

Olha nós aí de novo

Pra sambar no picadeiro

Arma o circo, chama o povo, Salgueiro!

Aqui o negro não sai de cartaz

Se entregar, jamais!

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