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Nome de rainha, vida de plebeia: Vanessa Giácomo fala sobre sua personagem em 'Filhas de Eva'

Série da Globoplay com viés feminista chega à TV aberta nesta terça-feira (12)

Vanessa Giácomo interpreta Cléo na série 'Flihas de Eva'
Vanessa Giácomo interpreta Cléo na série 'Flihas de Eva' -
Rio - A série brasileira “Filhas de Eva”, que estreou em 2021 na Globoplay, chegará à TV aberta nesta terça-feira (12). A Globo exibirá às terças e quintas, após “Pantanal”, a trama protagonizada por Renata Sorrah, Giovanna Antonelli e Vanessa Giácomo, que darão vida à Stella, Lívia e Cléo, respectivamente. Mulheres fortes e independentes, a história das três gira em torno de um questionamento em comum que dá início a série: até onde elas vão para encontrar a felicidade?

Com uma temática que tem como foco o universo feminino e a relação entre as mulheres na sociedade, “Filhas de Eva” é um título que resgata o simbolismo da figura bíblica de Eva, a primeira mulher da História.

O trio de protagonistas se cruza pela primeira vez nas Bodas de Ouro de Stella (Renata Sorrah), que acaba tendo uma epifania sobre a vida que levou até então e decide se separar, aos 70 anos, no meio da festa. É essa atitude que inicia uma grande reviravolta na trama.

A filha de Stella, Lívia (Giovanna Antonelli), é uma profissional bem sucedida, mas tem dificuldades para se relacionar com a filha Dora (Débora Ozório) e nem imagina que o marido, Kleber (Dan Stulbach), com quem está há 20 anos, tem um caso. Cléo (Vanessa Giácomo), que é a responsável pelo bolo da festa, entra na história como uma nova amiga de Lívia, que acaba se relacionando com Kléber, sem saber que ele era casado.

A personagem de Vanessa Giácomo na verdade se chama Cleópatra. Nome de rainha e vida de plebeia. Com uma vida familiar conturbada, tendo que esconder da mãe que o irmão está preso, Cléo, que está com os aluguéis atrasados e sendo ameaçada de despejo, vê na morte da vizinha a oportunidade de quitar sua dívida. Na casa da falecida ela encontra o bolo da festa de Stella a ser finalizado, além de uma nota de cobrança. Acreditando que vai receber o dinheiro, além de honrar o compromisso da vizinha, Cléo, com a ajuda da mãe, decide se aventurar como confeiteira. Em meio ao caos da festa de bodas que Cléo conhece Kléber.

Destaque como a vilã Aline, em “Amor à Vida”, e atualmente no elenco de "Travessia'', nova novela das nove da TV Globo, Vanessa, de 39 anos, considera uma realização fazer parte deste trio de protagonistas. A atriz, que é mãe de Raul e Moisés, frutos do seu casamento com o ator Daniel Silveira, e de Maria, da relação com o empresário Giuseppe Dioguardi, falou um pouco sobre sua personagem na série e como a trama pauta questões que atravessam todas as mulheres.


Quais são os obstáculos enfrentados pela personagem – que se auto intitulada “guia do fundo poço”, já que não dá muita sorte na vida – para ir em busca da própria felicidade?
Ela mesma. Cléo tem uma autoestima no pé. E isso se deve, também, à estrutura familiar que resultou nessa mulher que se contenta com migalhas. Sim, com migalhas de carinho, de atenção e de afeto de maneira geral.

Logo no primeiro episódio, por um acaso do destino, ela acaba encontrando Kléber e Lívia na festa de bodas de ouro da Stella sem saber que eram marido e mulher. Você acredita que coincidências como essas podem acontecer? Já viveu alguma situação semelhante?
Nunca vivi nada nem parecido com isso. Mas sim, acredito que a vida inspira a arte e que essas coincidências podem e acontecem, e são elas que às vezes unem as pessoas.

Apesar dessa relação da personagem com Kléber, ela e Livia se tornam muito amigas. Como se desenvolve essa cumplicidade entre as duas?
Elas tiveram uma conexão feminina muito potente. Acho que elas tiveram uma sintonia, uma cumplicidade que se estabeleceu naturalmente. Elas não forçaram uma barra, simplesmente aconteceu, como se cada uma delas tivesse algo que suprisse a ausência na outra. E assim nasceu uma amizade valiosa.
Como enxerga a relação da Cléo com a família?
É uma relação não muito saudável, baseada em mentiras convenientes para uma convivência razoável. Ela ama demais aquela mãe e, por ela, cria um cenário irreal para evitar decepções e mágoas.

Que reflexões esse trabalho te trouxe? Leva algum aprendizado para a sua vida?
Hoje em dia, falamos e ouvimos muito sobre a importância da força e da união feminina. Essa série mostra um lado sensível e comovente deste movimento que une mulheres. Uma união de apoio, escuta e afeto. Uma união que não promove disputa e comparações.

Qual é a importância desta série, na sua opinião?
A série tem um texto maravilhoso, perspicaz e ousado. As equipes de produção e direção fizeram um trabalho impecável para que o elenco, que conta com nomes incríveis, pudesse brilhar. É um produto muito especial e eu sinto um orgulho imenso de ter feito parte dele.

Você, em algum momento, se viu na sua personagem ou em alguma outra mulher da história?
Não. Aliás eu me descolo muito facilmente das minhas personagens, até porque tive o presente de ter recebido mulheres muito diferentes de mim e da minha história de vida. Mas a série permeia pelo universo feminino, que tem elementos que atravessam a maioria das mulheres, como a nossa força de não esmorecer em diversas situações e a nossa capacidade de renascer mesmo diante de momentos tão adversos.

Após a estreia da série no Globoplay, chegou a receber algum feedback do público a respeito da personagem?
Sim! Ainda estávamos mais isolados por conta da pandemia, mas na rede social pude perceber a aceitação do público, a identificação de muitas mulheres com os traços de algumas personagens. Sobre Cléo, foi muito especial, porque ela foi acolhida pelo público. As pessoas entenderam a sua trajetória e olharam para ela com compaixão, jogando luz naquilo que ela tem de bom, não nos seus erros.

Qual a sua expectativa para a estreia na TV aberta?
É uma alegria que uma série como essa chegue a um público ainda maior. Foi um trabalho delicado e muito especial. Acho que as pessoas vão se emocionar e vão se identificar com inúmeros momentos da trama. Mas uma coisa eu tenho certeza de que acontecerá: o público vai se surpreender com o desenrolar da história, porque essa série foge completamente do que é óbvio.
Vanessa Giácomo interpreta Cléo na série 'Flihas de Eva' Globo/Estevam Avellar
'Núcleo familiar de Cléo (Vanessa Giácomo) em 'Filhas de Eva' Globo/Paulo Belote
Giovanna Antonelli e Vanessa Giácomo são Lívia e Cléo em 'Filha de Eva' Globo/Estevam Avellar
Vanessa Giácomo interpreta Cléo na série 'Flihas de Eva' Globo/Estevam Avellar
'Filhas de Eva' estreia na TV Globo Globo/Paulo Belote
Vanessa Giácomo Giselle Dias
Vanessa Giácomo Giselle Dias
Vanessa Giácomo Giselle Dias
Vanessa Giácomo Giselle Dias
Vanessa Giácomo Giselle Dias
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