Rio - Com o último capítulo do remake de "Pantanal" sendo exibido nesta sexta-feira, na TV Globo, Marcos Palmeira comparou a novela com sua versão original, da extinta TV Manchete. O intérprete de Zé Leôncio avaliou a atuação de José Loreto como o peão Tadeu, papel que foi do mais velho no folhetim que foi sucesso de audiência em 1990.
"O José Loreto foi um grande encontro. Ele é um Tadeuzinho muito mais sexualizado do que o meu", declarou o artista, ao site 'Na Telinha'. "O meu era mais introspectivo, menos experiente diante da vida. O dele foi para um outro lugar, que também foi brilhante, belíssimo. Porque ele também encontrou uma outra Zefa e um outro Zé Leôncio. Eu trabalhei dentro de um contexto daquela época. Acho que o José Loreto foi muito feliz com o Tadeu que ele fez", afirmou.
Sobre seu próprio personagem na adaptação de Bruno Luperi, Marcos explicou que teve o objetivo de homenagear Claudio Marzo, com quem contracenou na novela escrita originalmente por Benedito Ruy Barbosa. "O meu Zé Leôncio é bem diferente do dele, porque somos pessoas diferentes, com temperamentos diferentes. Essa é a possibilidade mágica: cada ator coloca um pouco do seu tempero em um personagem tão rico. Amanhã, pode ser um outro ator fazendo que com certeza fará de forma brilhante", disse o ator de 59 anos.
Além disso, Palmeira ainda destacou a importância de dar vida a um personagem que despertou controvérsias por suas atitudes machistas com a mulher, Filó (Dira Paes), e o filho, Jove (Jesuíta Barbosa). "Não negar esse machismo foi o que fez ele dialogar. Você não pode fingir que não é aquilo que você é. 'Jamais serás quem tu não és' é uma frase que eu gosto muito. O Zé Leôncio é um homem em transformação", comentou.
"O tempo inteiro, ele reflete sobre o machismo, a homofobia, porque são coisas que vêm da forma como ele foi criado. Ao mesmo tempo, ele está aberto. Fiquei muito feliz com a resposta da novela. A escrita do Benedito transcende as épocas e o tempo. É um clássico", completou o artista.