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'É bonito ver a mulher ocupando uma posição de poder', afirma Yohama Eshima

Destaque em "Travessia" como Yone, atriz vibra com a personagem, fala sobre a doença rara do filho e comenta a relação com o marido, o cineasta Flávio Tambellini

Yohama Eshima interpreta Yone em 'Travessia'
Yohama Eshima interpreta Yone em 'Travessia' -
Com 18 anos de carreira, Yohama Eshima tem brilhado como a investigadora Yone, em "Travessia", da TV Globo. Em entrevista ao Meia Hora, a atriz de 33 anos celebra seu primeiro papel em uma novela das 21h, revela que já foi vítima de crime virtual, fala sobre a parceria com Giovanna Antonelli e diz que se considera uma mãe atípica, já que seu filho, Tom, de 2 anos, tem esclerose tuberosa. Confira! 
Para dar vida a Yone, você esteve em uma delegacia pela primeira vez. Como foi?

Foi fundamental ter esse direcionamento, porque a gente quer apresentar para o público o mais verídico possível. Fui em delegacia, conversei com investigadoras mulheres. As mulheres têm uma força potente neste local de trabalho, elas precisam impor firmeza para serem respeitadas. Até o tom de voz muda. É bonito ver a mulher ocupando uma posição de poder, chefia. Foi incrível.


Este núcleo da trama traz temas importantes e atuais, como crimes virtuais. Você já foi vítima de algum?
Já fui vítima de crime virtual, já me enganaram na internet e caí. Fui fazer uma compra pela internet e pediram um depósito adiantado. Acreditei que o site era confiável, mas não era. Ainda bem que não foi uma quantia muito alta. E a questão nem é a quantia, você se sente lesada mentalmente e aquilo dura dias. Agora presto muito mais atenção.

Como tem sido a parceria com a Giovanna Antonelli na novela?
É maravilhosa, não esperava ser tão bem recebida. É minha primeira novela das nove e ela está finalizando um ciclo nos folhetins. A Giovanna está sendo muito parceira, ela tem uma energia, um alto astral.... A gente passa texto juntas antes, combinamos as brincadeiras que vamos fazer. Nossa, é muito gostoso trabalhar com ela.

E como é dar vida a uma personagem que não faça nenhuma referência a sua ascendência japonesa?

Nossa, pra mim é fundamental. Estar fazendo uma personagem que não rubrica japonesa... Demorou muito tempo pra isso acontecer, a minha presença pode ser impulso pra outras mulheres com ascendência asiática a estar nesse lugar. É uma representatividade maravilhosa de estar fazendo a Yone, sem nome japonês. Ali ela é uma profissional, mulher. Recebi várias mensagens de atrizes amarelas que vieram falar comigo sobre isso e comemorar esse 'novo passo'.
Você entrou na menopausa cedo, aos 27 anos, e, mesmo assim realizou seu maior sonho de ser mãe. É considerada um 'milagre da medicina', né?
Fui contra todos os médicos. A vida do meu filho é uma grande transformação. É uma história que vem pra incentivar as pessoas a realizarem tudo o que elas quiserem. É sobre ter fé, agir com o coração. Quando alguém fala que você não pode fazer algo, é mais fácil você acreditar. Agradeço por não ter acreditado. Quando me disseram que eu não poderia ser mãe, saí da consulta e olhei a parede do hospital. Nela, tinha uma árvore nascendo da parede. Pensei: 'se uma árvore nasce da parede, não me fale que não posso ser mãe'. E eu consegui engravidar.
Seu filho, Tom, fruto do seu relacionamento com o cineasta Flávio Tambellini, tem esclerose tuberosa, uma doença rara. Como consegue conciliar os cuidados com o filho, incluindo consultas médicas, fisioterapias, terapia ocupacional, e as gravações? 
Não tenho rede de apoio, adoraria falar que tenho. A rede de apoio que tenho é paga, tenho uma cuidadora. Se não fosse ela, estaria doente, não estaria trabalhando. Minha família é de Curitiba. Mas a gente dá um jeito. Tenho um companheiro maravilhoso. 
Você tem algum problema em falar sobre a doença do Tom? 
Acho que as pessoas sentem incômodo de puxar esse assunto na conversa, mas quando começam, relaxam. O Tom vai ter isso pra sempre. Não é uma doença contagiosa. É um bebê com crises epilépticas, que não anda, que faz fisioterapia. Mas todos nós somos diferentes, por mais que não tenhamos deficiências. 
Pretende usar hoje sua influencia na internet para falar mais sobre a esclerose tuberosa? 
Não conhecia nada da esclerose quando o Tom foi diagnosticado. Quando ouvi o nome, fiquei assustada. Estudei muito. Hoje sei tudo. Tenho postado algumas coisas sobre esclerose e me conectei com várias famílias. Poder fazer essa troca com outras pessoas é maravilhoso, porque cada uma tem uma experiência diferente. Está sendo um canal de troca incrível. Então, quero falar sobre esclerose, capacistismo, não exclusão de pessoas com deficiência. 
Você e o Flávio estão casados há cinco anos. Como é a relação de vocês? 
A gente é uma dupla dinâmica. A gente se fortalece ainda mais. Toda maternidade traz cansaço pra relação, estresse. Mas nosso amor familiar, de marido, só aumenta.
Yohama Eshima interpreta Yone em 'Travessia' João Miguel Júnior / TV Globo
Yohama Eshima Thiago Antonovas/Divulgação
Yohama Eshima Thiago Antonovas / Divulgação
Yohama Eshima Thiago Antonovas / Divulgação
Yohama Eshima Thiago Antonovas / Divulgação
Yohama, o marido e o filho Reprodução do Instagram
Yohama, o marido e o filho Reprodução do Instagram
Yohama e o filho, Tom, de dois anos Reprodução do Instagram
Yohama Eshima interpreta Yone em 'Travessia' João Miguel Júnior / TV Globo
Yohama Eshima interpreta Yone em 'Travessia' Fabio Rocha / TV Globo