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Netflix lança série documental sobre a morte do menino Gabriel Fernandez e comove a internet

Ele foi torturado e morto por sua mãe e padrasto, nos EUA, e ignorado pela polícia e assistentes sociais envolvidos no caso

Gabriel Fernandez
Gabriel Fernandez -
Neste fim de semana a Netflix colocou no ar uma nova série documental. Nela foi retratado o caso em torno do assassinato do pequeno Gabriel Fernandez, de apenas 8 anos. Ele foi torturado e morto por sua mãe e padrasto, nos EUA, e ignorado pela polícia e assistentes sociais envolvidos no caso.

A série é muito comovente e com cenas fortíssimas. Nela é mostrado um sistema corrompido pela falta de estrutura e interesse pelo bem-estar das crianças. Com poucos funcionários para atender os casos e muito desinteresse do Estado, mesmo depois de várias denúncias de abuso infantil, Gabriel Fernandez nunca foi retirado da guarda da mãe.

‘O Caso de Gabriel Fernandez’, mostra o que um sistema corrupto, o pouco caso e o preconceito pode fazer com a vida de uma criança. O pequeno Gabriel deu entrada em uma hospital, depois de uma chamada para a central 911, onde disseram que ele não estava respirando.
Ao chegar na emergência, foi notado que a criança tinha fraturas por todo corpo, traumatismo craniano e marcas de queimaduras de cigarro, além de duas balas de chumbinho alojadas em seu corpo.

A série conta com seis episódios, onde é detalhado cada momento, desde as ligações para emergência, a chegada de Gabriel no hospital e a tentativa de salvar sua vida. Também acompanha o drama dos familiares que tentaram salvar o menino dos maus tratos da mãe e do namorado dela e de todo processo policial e judicial em torno do caso.

Gabriel foi abandonado, ainda recém-nascido no hospital. A mãe, Pearl Fernandez, não queria a criança e ainda sofreu pressão dos pais para abortarem, já que ela tinha dois filhos mais velhos pelos quais já não dava atenção. O tio de Pearl, e seu companheiro, pediram que ela tivesse a criança e desse para eles criarem. Com apenas três dias de vida, Gabriel foi viver com o casal gay e foi feliz por quatro anos.

Os avós de Gabriel, que tentaram forçar um aborto de sua mãe, não gostaram que o neto fosse criado por gays e tiraram o menino do casal. Pouco tempo depois de estar vivendo com os avós, a mãe de Gabriel o levou, juntamente com os irmãos, para viver com ela e seu namorado, Isauro Aguirre.

Por mais que o pequeno Gabriel tentasse, a mãe nunca gostou dele e os maus tratos começaram logo que foi morar com ela. A professora da criança chegou a fazer várias denúncias para o conselho tutelar da cidade, sem sucesso. Todas as chamadas foram ignoradas pela assistente social do caso, que sempre que visitava o menino, acreditava nas histórias contada pela mãe.

A tia-avó de Gabriel chegou a chamar a polícia depois que o menino apareceu em sua casa com os olhos roxos e a cabeça raspada. Porém, ficou sabendo pelos vizinhos, que os policiais acreditaram nas mentiras da mãe e ainda ameaçaram a criança com prisão caso fossem acionados novamente.

Gabriel foi espancado com socos e taco de beisebol pelo padrasto e a mãe até a perder a consciência. Ele foi colocado em coma induzido, mas dado como morto dias depois após desligarem os aparelhos.

O padrasto, Isauro Aguirre, foi condenado em 2018, a pena de morte. Já a mãe de Gabriel, Pearl Fernandez, fez acordo com a promotoria e pegou prisão perpétua sem direito a condicional. A promotoria da cidade também processou quatro assistentes sociais envolvidos no caso por negligência, mas o juiz arquivou os processos sem condenação.

Usuários da plataforma no mundo inteiro ficaram extremamente chocados com a série documental. No Brasil, diversas pessoas expressaram o choque e a repúdia pelo ocorrido através do Twitter. “Sempre assisto documentários e séries sobre crimes, assassinatos etc. mas nunca fiquei com uma dor tão forte no coração assistindo algo como agora em The Trials of Gabriel Fernandez”, escreveu uma internauta.