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Ator de ‘The Batman’ relata como foi ser assumidamente gay na adolescência

Charlie Carver ficou mundialmente conhecido ao participar ao lado de seu irmão gêmeo Max Carver, da série ‘Teen Wolf’

Bandeira Gay
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O ator Charlie Carver, que ficou mundialmente conhecido ao participar ao lado de seu irmão gêmeo Max Carver, da série ‘Teen Wolf’, desabafou sobre sua experiência de ter crescido assumidamente gay durante a adolescência.
O ator, que fará parte do elenco de ‘The Batman’ em 2021, se abriu durante a cerimônia on-line de premiação do ‘Gamechanger Awards’ e contou os problemas e desafios que teve que ultrapassar para ‘sobreviver’ ao ensino médio.
Aproveitando o momento de visibilidade, Charlie relembrou algumas situações que sofreu no período escolar quando se revelou gay.

“Eu sempre soube que queria fazer algo da minha vida que pudesse ajudar os jovens a não terem vergonha. Eu não queria espetáculo. Eu só queria revelar essa parte de mim de uma maneira que gostaria de poder compartilhar ano atrás na escola, com o simples fato de ser quem eu era”, disse o ator.

As pessoas sempre comparavam os irmãos, não só pela similaridade física, mas achando, que como Max, Charlie ‘deveria’ também ser hétero.
Quando ‘saiu do armário’, em 2016 em uma publicação no Instagram, o ator precisou lidar com a insegurança do simples ato de ir para escola.
“Havia apenas a sensação permanente de que a escola não era segura ou mais do que qualquer coisa, se eu baixasse a guarda e se eu relaxasse completamente, algo rápido e terrível viria e me encontraria”, continuou.

Para Charlie, o medo e a vergonha que sentia de si mesmo por ser gay era tão grande, que lhe causou um grande trauma e precisou de bastante tempo para aprender a lidar com tudo aquilo.
“E reconheço agora que aquilo que eu tanto temia, o que eu estava fugindo e tentando gerenciar, era minha própria vergonha”, disse o jovem ator.

“As crianças LGBTQ+ realmente sofrem com a vergonha que recebem pela na internet, geralmente na escola e, infelizmente, às vezes em casa, e isso as afeta pelo resto da vida. Mas acredito que as pessoas LGBTQ+ são resilientes e, de certa forma, particularmente especiais”, continuou.

Para Carver, o incentivo em um ambiente seguro e encorajador é o principal fator que leva um jovem LGBTQ+ a passar por toda esse período complicado da adolescência e chegar ao sucesso pessoal.
“Acho que às vezes as pessoas parecem inerentemente incapazes de pensar com compaixão e agirem com coragem. Para trabalhar criativamente e viver em comunidade. Mas essas qualidades, essas qualidades essenciais, só podem realmente emergir em um ambiente afirmativo, seguro e encorajador”, disse Charlie em seu discurso.

Ao receber o prêmio da GLSEN, o ator fez questão de agradecer e homenagear a instituição: “Quando os alunos LGBTQ+ aprendem em ambientes de afirmação, recebem um currículo inclusivo e são protegidos e apoiados por políticas abrangentes contra o assédio moral e o assédio, eles são livres para se transformarem em amorosos, corajosos, criativos e conscientes cidadãos de que o mundo tanto precisa."

A premiação este ano foi realizada virtualmente e apresentada pelos colegas de elenco de Carver no filme ‘The Boys in The Band’: Jim Parsons (TBBT), Matt Bomer (White Collar), Zachary Quinto (Heroes), Michael Benjamin Washington (30 Rock), Robin de Jesus (Camp), Brian Hutchison (FBI: Most Wanted), Tuc Watkins (Desperate Housewives) e Andrew Rannells (The New Normal), todos abertamente gays.