Passado não me condena

Se você, torcedor do Vasco, acha que a situação atual no Campeonato Brasileiro é tensa, então é porque não viu ou não se lembra daquele 12 de dezembro de 2004, penúltima rodada da competição. O adversário era o mesmo de hoje, às 19h30, o Atlético Paranaense, assim como o palco, São Januário.

No entanto, uma derrota na ocasião ou até um empate diante do Furacão, que veio para o Rio contando que iria faturar o bicampeonato nacional na Colina, colocaria em risco a permanência na Série A o primeiro rebaixamento só iria acontecer quatro anos depois.

Herói improvável daquela tarde, o então zagueiro Henrique, autor do gol da vitória por 1 a 0, relembrou ao MEIA HORA o clima que envolveu o jogão.

"Complicado. Era algo pesado, de guerra mesmo. Os caras (time do Atlético) chegaram dizendo que iriam fazer a festa, que iria comemorar com chope dentro de São Januário. Aí já viu, né, mexeu com os brios do homem e deu no que deu", contou o agora diretor de futebol Atlético Clube Três Corações, de Minas Gerais, que é a cidade natal do Rei Pelé.

Se compararmos o momento do Vasco de 2004 com o de agora, Henrique concorda que o atual é um 'paraíso'. Naquele ano, o Gigante da Colina chegou à penúltima rodada da Série A na 14ª colocação, com 54 pontos. "Uma derrota ou empate e estaríamos rebaixados, não tenho dúvidas sobre isso", comentou Henrique. Hoje, porém, o momento requer concentração total. O Vasco é o 15º, com 38, e mais cinco rodadas pela frente. "Tem que salvar logo. A torcida tem que lotar São Januário e apoiar. O Atlético Paranaense não tem um time tão bom quanto o de 2004, mas é perigoso", disse o ex-jogador, que demonstrou preocupação com a ausência do argentino Maxi López, com um corte no pé. "O Maxi não vai jogar, é? O cara tem que jogar, pô, nem que seja com o pé cortado. O Vasco precisa muito dele", destacou.