São Januário ferve como caldeirão. E não da maneira que o torcedor se orgulha de cantar a pleno pulmões. O aproveitamento de 43% nos dez compromissos disputados em 2020 está longe de agradar e convencer quem acompanha de perto o Cruzmaltino. O empate com o Resende, em 1 a 1, na estreia da Taça Rio, alimentou a crise que direciona a maioria das críticas ao presidente Alexandre Campello e ao técnico Abel Braga.
Amigo do dirigente, Abelão topou o desafio de comandar o Vasco, consciente do caos político e financeiro do clube. O atraso nos salários de dezembro, janeiro e da segunda parcela do 13º motivou greve de silêncio dos jogadores.
A limitação financeira travou a contratação de reforços. Com a ajuda do programa de sócio-torcedor, o clube trouxe os argentinos Germán Cano e Martín Benítez, além de renovar com Fellipe Bastos e Fredy Guarín. Muito pouco para suprir as carências do time. Benítez, por sinal, está se recuperando de um desconforto na coxa direita e vem priorizando os treinos físicos para poder finalmente programar a sua estreia.
Às vésperas do jogo contra o ABC, quinta-feira, no Maracanã, o Gigante da Colina terá a pressão como mais um adversário para se manter vivo na Copa do Brasil e garantir o prêmio de R$ 1,5 milhão. A suada confirmação da vaga contra o Altos-PI, na segunda fase, e contra o modesto Oriente Petrolero-BOL, pela Sul-Americana, deixou o sinal de alerta ligado.
"Vamos ter que fazer o jogo do ano, temos que passar de fase na quinta-feira. Vamos entrar com todo respeito ao ABC, mas para fazer um jogo digno da presença do torcedor, que com certeza vai encher o Maracanã", disse Abel.