Enquanto parentes e amigos sepultavam as últimas vítimas do deslizamento no Morro da Boa Esperança, autoridades tentavam explicar, ontem à tarde, as possíveis causas da tragédia da madrugada de sábado que matou 15 pessoas, feriu 11 e deixou 22 famílias desabrigadas, em Piratininga, Niterói. Peritos da Polícia Civil passaram parte do dia trabalhando na área.
O Departamento de Recursos Minerais do Rio (DRM), em nota técnica, alegou que o incidente era "difícil de prever". Mas um levantamento de 2009, encomendado pela Prefeitura de Niterói e pelo Ministério das Cidades, alertava que a área precisava de monitoramento constante por apresentar risco médio de acidentes. Um pouco mais de boa vontade e atenção aos estudos poderiam ter evitado a tragédia.
O trabalho de 2009 foi confirmado por estudo contratado pela prefeitura em 2016, por R$1,8 milhão, mas que ainda não foi concluído, apesar de o prazo ter vencido em fevereiro de 2017. Segundo o secretário de Defesa Civil de Niterói, Wallace Medeiros, o estudo só deve ficar pronto na primeira quinzena de dezembro e indica risco médio de deslizamentos. "Temos uma avaliação que é preliminar, mas por conta da necessidade emergencial pedimos que fosse antecipada, para entender a dinâmica dos fatos. Esse estudo caracterizou aquela área como de risco médio. Não foi verificado que poderia haver rompimento daquele maciço", disse.