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Quadrilha desviou fortuna da Saúde

Esquema usava a Cruz Vermelha para roubar dinheiro de hospitais

Na casa de Antonio de Carvalho, o 'Tuim', operador do esquema, foi encontrado um saco cheio de dinheiro
Na casa de Antonio de Carvalho, o 'Tuim', operador do esquema, foi encontrado um saco cheio de dinheiro -

Uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civil desvendou um esquema milionário de desvios de verbas, envolvendo uma entidade contratada para administrar unidades de saúde em todo o estado. Investigações apontam que foram desviados mais de R$ 15 milhões.

A Operação Calvário cumpriu mandados de prisão preventiva contra 11 pessoas envolvidas, entre elas o empresário Daniel Gomes da Silva, preso quando desembarcava no aeroporto internacional do Rio, vindo de Portugal. Outro preso é Antonio Augusto de Carvalho, conhecido como 'Tuim' e apontado como operador do esquema. Na casa de 'Tuim', os policiais encontraram um saco cheio de dinheiro. Outras 22 pessoas foram denunciadas.

Ontem, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Duque de Caxias, Itaboraí e Nova Friburgo, além dos estados de Paraíba e Goiás.

Contratos de R$ 605 milhões

As investigações revelaram que Daniel Gomes comandava um grande esquema, utilizando a filial da Cruz Vermelha Brasileira no Rio Grande do Sul (CVB-RS) para operar em vários estados, além do Rio de Janeiro.

Desde agosto de 2015, a organização fez contratos no valor de R$ 605 milhões para a gestão dos hospitais Albert Schweitzer, em Realengo; Dos Lagos, em Saquarema; Roberto Chabo, em Araruama, e das UPAs Engenho de Dentro, São Pedro da Aldeia, Itaboraí, Magalhães Bastos e Botafogo.

Valores desviados podem ser ainda maiores

Segundo o MPRJ, o desvio pode ser ainda maior que o estimado, pois o valor é referente apenas às despesas da CVB-RS com oito fornecedores, prestadores de serviços em unidades de saúde municipais e estaduais do Rio. Segundo a investigação, a CVB-RS tinha contratos superfaturados com empresas de alimentação, limpeza, engenharia clínica, portaria e laboratórios, que depois devolviam parte do dinheiro.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio abriu processo administrativo para analisar os contratos de gestão do Hospital Municipal Albert Schweitzer e das UPAs. Já a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que não foi comunicada oficialmente sobre as investigações contra a OS Cruz Vermelha.

Daniel Gomes da Silva é ex-diretor da empresa TOESA Service S/A e já havia sido condenado por irregularidades em contratos com a SES.

Na casa de Antonio de Carvalho, o 'Tuim', operador do esquema, foi encontrado um saco cheio de dinheiro Fotos: Reprodução de vídeo
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Operação calvário-Dinheiro reprodução de vídeo