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Defesa de acusado de atacar Porta dos Fundos pede novas perícias à Polícia Civil

Eduardo Fauzi pretende cooperar com a justiça, mas ainda não retornou ao Brasil exclusivamente devido ao mandado de prisão

Fauzi fugiu antes de ter o pedido de prisão ser decretada
Fauzi fugiu antes de ter o pedido de prisão ser decretada -
Rio - Advogados de Eduardo Fauzi informaram, em coletiva na tarde desta quarta-feira, que entraram em contato com o delegado Marco Aurélio, da 10ª DP (Botafogo), responsável pelas investigações ao ataque à sede da Porta dos Fundos, pedindo a realização de novas perícias, principalmente de imagens, para averiguar a veracidade das gravações de vídeos que mostram o atentado à produtora, na véspera de Natal. Na ocasião, dois coquetéis molotov foram lançados na fachada do local e um segurança impediu que o incêndio se alastrasse. Fauzi é um dos acusados do crime.
Além disso, a defesa pedirá que Fauzi preste depoimento via videoconferência às autoridades direto da Rússia, para onde fugiu um dia antes do mandado de prisão ser expedido. Segundo os advogados, ele pretende cooperar com a Justiça, mas ainda não retornou ao Brasil "exclusivamente devido ao mandado de prisão".

Os advogados afirmaram ainda que as imagens das câmeras que mostram o rosto de Eduardo Fauzi por ruas da Zona Sul, próximo à produtora, são de seu cliente, mas negam a participação dele no atentado com os explosivos. Segundo eles, o empresário teve "uma participação simbólica".
Em uma carta enviada aos advogados, Fauzi afirma que o ataque ao Porta dos Fundos foi "puramente simbólico" para que "não houvesse nenhuma vítima ou ataque a terceiros".

"Foi a única alternativa possível ao ato criminoso do Porta dos Fundos", escreveu, acrescentando que o atentado foi "ato reativo ao crime de brincar com Jesus Cristo". No documento, ele alega ainda ser um perseguido político e fala em formação de uma "máquina de destruição de reputação".
Junto ao pedido de habeas corpus feito ao Tribunal de Justiça, a defesa também apresentou o comprovante da compra das passagens para a Rússia, e mostra que ela foi realizada um dia antes do mandado de prisão. Além disso, eles atestam que Fauzi também tinha comprado a passagem de volta e, por isso, estava agindo "com boas intenções".
Ainda segundo os advogados da defesa, Fauzi deve aguardar, na Rússia, o deferimento do habeas corpus e, caso não seja atendido, pretendem recorrer ao STJ ou STF. Atualmente, o desembargador Moinhos, da 6ª Vara, está analisando o caso.
Asilo político
O pedido de asilo político ainda não foi avaliado mas, se houver pedido de prisão arbitrária, a defesa recomenda que Fauzi procure asilo. Para avaliar se houve dolo ou não, os advogados pediram a atualização dos laudos e de toda a área afetada por meio de análise pericial.
Ataque à sede do Porta dos Fundos
No dia 31 de dezembro de 2019, a Polícia Civil realizou uma operação em busca de Eduardo Fauzi Richard Cerquise, um dos suspeitos de atacar a produtora. Eduardo foi identificado por câmeras de segurança após retirar o capuz momentos após o ataque. No dia 2 de janeiro de 2020, foi descoberto que Fauzi estaria escondido na Rússia, onde tem família
Na quarta-feira (8), ele foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, que é considerado o alerta máximo. Assim, Eduardo pode ser preso por qualquer força policial do país em que esteja.
*Estagiária sob supervisão de Thiago Antunes