Mais Lidas

Após denúncia, Crivella faz articulação para barrar impeachment na Câmara

Legislativo decide se abre o processo de afastamento na quinta-feira, após denúncia de contratação de comissionados para atrapalhar o trabalho da imprensa

Plenário da Câmara tem ficado vazio com sessões semipresenciais. Expectativa é de que vereadores encham mais o espaço na votação de quinta-feira
Plenário da Câmara tem ficado vazio com sessões semipresenciais. Expectativa é de que vereadores encham mais o espaço na votação de quinta-feira -
Rio - Diferente do cenário que enfrentou em 2019, quando a Câmara dos Vereadores do Rio não aprovou a abertura de processo de impeachment, agora, o prefeito Marcelo Crivella está diante de um quadro mais adverso. Por enquanto, o chefe do Executivo municipal é alvo de dois pedidos de afastamento - um assinado pela deputada estadual Renata Souza (Psol), pré-candidata à prefeitura, e outro do vereador Átila A. Nunes (DEM) -, apresentados após denúncia da TV Globo sobre o uso de funcionários comissionados para impedir o trabalho da imprensa na porta de hospitais municipais. 

LEIA TAMBÉM: MP investiga possíveis crimes de Crivella com serviço ilegal em hospitais
A Casa legislativa vai decidir, na quinta-feira, se aceita o início da tramitação do processo. Para a denúncia ir adiante, é necessária a aprovação da maioria simples dos vereadores presentes, ou seja, 26 votos.
O placar não está fechado, e alguns parlamentares aliados de Crivella, além de integrantes do governo, tentam articular a rejeição ao pedido. E a expectativa é de articulação intensa nesta quarta-feira, véspera da votação.
Antes de bater o martelo sobre levar os pedidos ao plenário, o presidente da Câmara, Jorge Felippe (DEM), submeteu o tema para análise da Procuradoria do Legislativo e também dos técnicos da Secretaria da Mesa. E a orientação foi para uma votação pelos vereadores. 
Grupo impedia trabalho da imprensa
Os pedidos foram apresentados após reportagem da TV Globo mostrar que o prefeito utilizou indevidamente recursos da máquina pública, com a contratação de servidores comissionados para atrapalhar e cercear o trabalho da imprensa. De acordo com a emissora, o grupo 'Guardiões do Crivella' é coordenado por meio de troca de mensagens no WhatsApp, com a participação de autoridades, entre elas, secretários e o próprio prefeito.
No seu pedido, a deputada Renata Souza ressaltou que a existência dos grupos denominados 'Guardiões de Crivella' configura flagrante inobservância dos princípios da probidade administrativa, em especial da honestidade, imparcialidade e legalidade, além de possível crime de responsabilidade.