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Uma proposta indecente

Helvídio Neto diz que foi oferecido R$ 15 mil para mudar depoimento

Alexandre Knoploch fala dos planos do PSL
Alexandre Knoploch fala dos planos do PSL -

O advogado que foi baleado pelo deputado estadual Alexandre Knoploch (PSL-RJ), no dia 2, numa festa clandestina em um bar de Brasília (DF), afirma que o parlamentar ofereceu R$ 15 mil para que ele alterasse o depoimento inicial e deu novos detalhes sobre o caso. Helvídio Neto diz que o estabelecimento Noah se negou a prestar socorro e pediu que mentisse sobre a confusão ter ocorrido dentro do espaço.

Segundo ele, a proposta seria que a quantia total fosse paga em 12 parcelas de R$ 1.250, R$ 900 para ele e o resto para o seu até então advogado, Thiago Leônidas. A primeira parte chegou a ser depositada, mas ele desistiu ao saber que precisaria mudar o que disse. 

"Meu antigo advogado estranhamente insistia na 'necessidade' de alterar meu depoimento. Por mensagem ele voltou a reiterar isso. Foi o estopim para eu desistir do acordo. Manter a verdade doa a quem doer. Eu jamais modifiquei meu depoimento nem modificarei. Tudo o que disse aconteceu minuciosamente na realidade. Só procurei fazer acordo porque estava morrendo de medo do deputado", disse Helvídio.

O advogado, que ficou internado por 14 dias, conta estar traumatizado e indignado. Com dificuldade de andar por ter perdido o movimento do pé, ele passará por outra cirurgia em agosto. Ele disse, ainda, que vai processar o deputado e o restaurante pelo acidente. "Foi completamente desproporcional a atitude do deputado e o bar omitindo em prestar socorro. Estávamos errados, mas a atitude do parlamentar extrapolou".

Na ocasião da briga, o funcionamento de bares e restaurantes estava proibido em razão de decreto por conta da pandemia.

O deputado Alexandre Knoploch emitiu nota de esclarecimento sobre a versão do advogado.

O deputado estadual Alexandre Knoploch afirma que vê com muita estranheza a nova versão dada pelo advogado Helvídio Neto. Reitera ainda que agiu em legítima defesa e moverá uma ação penal contra Helvídio, inicialmente, por calúnia e difamação.

Isso porque a versão por ele apresentada mais recentemente não condiz com a realidade dos fatos. No último dia 2, o deputado foi convidado para uma reunião particular em Brasília. Ou seja, a versão sobre "carteirada" não é verdadeira.
Além disso, a defesa de Alexandre Knoploch não tentou fazer nenhum acordo financeiro com Helvídio, após o ocorrido. O que houve foi um acordo para custeio de despesas médicas, a pedido do próprio Helvídio. Foram combinadas 15 parcelas no valor de R$ 1.250, para arcar com serviços como os de fisioterapia.

A defesa de Knoploch não tentou convencer Helvídio a mudar de versão em nenhum momento. Pelo contrário: a iniciativa de procurar a delegacia de polícia partiu do próprio parlamentar, relatando a veracidade dos fatos, em boletim de ocorrência. Foi dele também a iniciativa de pedir exames complementares, provando que não havia ingerido álcool.

Vale a pena lembrar que Knoploch agiu em legítima defesa, disparando contra o pé de um homem que o agrediu, em via pública, pelas costas.
No dia seguinte ao ocorrido, foi contactado pelo próprio Helvídio que lhe pediu desculpas pela agressão e confirmou que havia confundido o deputado com outra pessoa.

O parlamentar afirma também que não cederá a nenhuma tentativa de extorsão.

Calúnia e difamação

No dia 2, Knoploch esteve no bar com outros dois deputados, um deles Rodrigo Amorim (PSL-RJ). A versão do advogado é contrária à do deputado. Ele alega que os parlamentares ameaçaram a denunciar o evento caso não entrassem no local. A confusão teria começado depois de Helvídio ter dado um soco no parlamentar por achar que ele tinha sido o culpado por ter machucado um amigo. Em resposta, o parlamentar atirou na direção do advogado. O deputado disse que vê com muita estranheza a nova versão dada por Helvídio e que moverá uma ação contra o advogado por calúnia e difamação.