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Ucrânia ensina preparação de coquetel molotov na TV e pede que população produza em casa

Forças da Rússia intensificaram, nas últimas horas, a ofensiva contra a capital Kiev, onde, segundo as autoridades, vários mísseis caíram durante a madrugada

Homem limpa destroços em um prédio residencial danificado na rua Koshytsa, subúrbio de Kiev
Homem limpa destroços em um prédio residencial danificado na rua Koshytsa, subúrbio de Kiev -
Kiev - O Ministério da Defesa ucraniano pediu que civis preparem coquetéis molotov para ajudar diante do avanço das tropas russas nesta sexta-feira, 25. "Pedimos aos cidadãos que nos informem sobre os movimentos do inimigo, façam coquetéis molotov, neutralizem o ocupante!", afirmou. Uma rede de TV local chegou a transmitir instruções de como produzir a bomba de fabricação caseira. 

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Prédio residencial ficou danificado após bombardeio em Kiev, capital ucraniana AFP
Destroços de aeronave não identificada que caiu em uma casa em Kiev, capital da Ucrânia AFP
Homem limpa destroços em um prédio residencial danificado na rua Koshytsa, subúrbio de Kiev AFP
Soldado ucraniano AFP
Edifício residencial danificado na rua Koshytsa, subúrbio da capital ucraniana Kiev AFP
Prédio residencial ficou destruído após bombardeio russo no subúrbio da capital ucraniana Kiev AFP
Restos de um foguete em uma área residencial na capital ucraniana de Kiev AFP
As forças da Rússia intensificaram, nas últimas horas, a ofensiva contra a capital Kiev, onde, segundo as autoridades, vários mísseis caíram durante a madrugada. Nesta sexta-feira, as tropas russas se aproximavam de Kiev a partir do nordeste e do leste, de acordo com o exército ucraniano, o que aumenta o temor de que a capital caia nas mãos de Moscou em poucas horas.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu aos europeus com "experiência de combate" que lutem pela Ucrânia. "Se você tem experiência de combate na Europa e não quer ver a indecisão dos políticos, pode vir para o nosso país e se juntar a nós para defender a Europa, onde é mais necessário agora", convocou Zelensky, em um comunicado divulgado nesta sexta-feira por sua assessoria de imprensa.
Ataque a Kiev
Um dia depois de Vladimir Putin lançar um ataque em larga escala ao país vizinho, que já deixou dezenas de mortos e mais de 100 mil deslocados, os primeiros combates na capital ucraniana foram relatados. Tiroteios e explosões foram ouvidas no distrito de Obolon, enquanto várias detonações ocorreram no centro da cidade, segundo a AFP.
O exército ucraniano informou sobre o disparo de mísseis visando Kiev e anunciou que destruiu dois projéteis em voo. De acordo com o prefeito da cidade, Vitali Klitschko, esses disparos feriram três pessoas, uma delas com gravidade, em uma área residencial ao sudeste da capital. 
As forças ucranianas também relataram combates contra unidades blindadas russas em duas localidades ao norte de Kiev, Dymer (45 km) e Ivankiv (80 km). Enquanto isso, as tropas russas se aproximavam da capital - deserta esta manhã, mas que normalmente tem quase três milhões de habitantes - pelo nordeste e leste, segundo o exército ucraniano.
Entenda o conflito
O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev, que já deixou mais de 130 mortos e mais de 300 feridos. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.

A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos "nazistas", segundo o presidente russo.

Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.
*Com informações da AFP