Rio - A mãe de Fernanda Cabral, Jane Carvalho, não conteve a revolta e indignação ao ouvir o depoimento do filho biológico de Cintia Mariano Cabral, Lucas Mariano Rodrigues. Após ele contar à juíza da 3ª Vara Criminal, na tarde desta sexta-feira (30), como a ré confessou que havia envenenado os dois enteados, Jane começou a chorar e gritar para ela: "Maldita, maldita, assassina!". Ela foi acolhida pelo filho, Bruno Cabral, de 16 anos, também vítima de Cintia, e por outros familiares. Neste momento, Cintia não esboçou reação e se manteve o tempo todo em contato com os advogados.
Em depoimento, Lucas detalhou o momento que Cintia confessou para ele e para a irmã Carla, filha biológica da acusada, que ela envenenou Fernanda e Bruno. "Ela admitiu de imediato que envenenou o Bruno, o da Fernanda ela ainda demorou, mas confessou logo", lembra. Lucas diz que já estava desconfiado da mãe, mas que queria ouvir dela a confissão do crime. "Eu cheguei com ela do hospital, sentei no sofá, lembro que ela estava deitada, e disse: 'Mãe, agora vamos conversar sério'. Disse também que ia ajudar ela, que não ia abandoná-la, disse que a amava. Aí ela soltou e falou. Assim que ela confessou eu liguei para minha irmã Carla e elas conversaram. Nesse momento ela confessou novamente. No dia seguinte eu liguei para o inspetor da Polícia Civil avisando, mas eu não fui com ela para a delegacia. Depois soube que ela tentou colocar a culpa em mim pela morte", diz.
O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) começou a julgar, nesta sexta-feira (30), a madrasta Cintia Mariano Dias Cabral, acusada pela morte da própria enteada Fernanda Cabral, de 22 anos, por envenenamento. A primeira audiência prevê o depoimento de 28 testemunhas, entre acusação e defesa, além da ré e do outro enteado, Bruno Cabral, de 16 anos, que também foi envenenado, mas sobreviveu. A instrução começou às 13h20 na 3ª Vara Criminal do Rio.
Até o momento, já foram ouvidos a perita criminal que exumou o corpo de Fernanda, Gabriela Graça Soares; o delegado titular da 33ª DP (Realengo), Flávio Ferreira Rodrigues, responsável pelas investigações; a mãe, o irmão e o pai da jovem, Jane Carvalho, Bruno Cabral e Adeílson Cabral, respectivamente; Lucas Mariano e Carla Mariano, filhos biológicos de Cintia.