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Delegado que concluiu inquérito acredita na condenação de Flordelis: 'É a mais perigosa da organização criminosa'

Allan Duarte também afirmou que a ex-deputada, com a ajuda dos filhos, tentou envenenar o pastor Anderson do Carmo e contratou pistoleiro. Julgamento da Flordelis e outros quatro réus acontece nesta segunda-feira (7)

Delegado Allan Duarte, responsável por concluir o inquérito sobre a morte do pastor Anderson do Carmo
Delegado Allan Duarte, responsável por concluir o inquérito sobre a morte do pastor Anderson do Carmo -
Rio - O delegado Allan Duarte, responsável pela conclusão do inquérito que investigou a morte do pastor Anderson do Carmo, disse não ter dúvidas que Flordelis premeditou o assassinato do marido ao lado dos filhos. Ele foi a segunda testemunha a prestar depoimento no Tribunal do Júri, no Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, na noite desta segunda-feira (7).
"Depois de investigar o fato, eu não tenho dúvida que, se a justiça for feita, a situação deles é a de condenação. Foi um crime premeditado, com várias tentativas, das mais diversas formas, incluindo envenenamento e contratação de pistoleiros. Para mim ela é a pessoa mais perigosa dessa organização criminosa familiar", disse o delegado na área externa do Tribunal do Júri. 
Segundo Duarte, o pastor só não morreu nas tentativas anteriores por circunstâncias que fugiram do controle dos mandantes. No caso do envenenamento, Anderson do Carmo foi levado a um hospital da região para ser medicado. Já no episódio em que pistoleiros foram contratados, o crime não foi efetuado pois no dia o pastor trocou de carro, o que teria confundido os atiradores.
Durante 1h30, o delegado rebateu a tentativa da defesa de Flordelis em citar uma possível violência sexual ocorrida dentro de casa. "As questões sexuais foram analisadas e levadas em consideração, mas em relação a motivação do crime, foi concluído que foi interesse financeiro. Não havia vestígio de violência sexual e também não havia a possibilidade de coleta de provas nessas pessoas. Por que o fato não foi levado à delegacia há três, quatro anos? Agora estão acusando uma pessoa morta de violência sexual", disse.
O julgamento de Flordelis dos Santos de Souza e outros quatro réus pela morte do pastor Anderson do Carmo teve início às 11h no Tribunal do Júri, no Fórum de Niterói. A primeira testemunha a ser ouvida foi a delegada Bárbara Lomba, que foi titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) na época do crime. Em depoimento, ela relembrou a relação conturbada da família e as questões dos privilégios vivenciados pelos filhos biológicos da pastora.
Por volta das 19h45, foi iniciado o terceiro depoimento do dia com Regiane Ramos Cupti Rabello. Na época do crime, ela narrou em juízo e ao Ministério Público que sofreu um atentado com artefato explosivo ocorrido em residência. Segundo a testemunha, o atentado em questão foi uma forma de "passar um recado para Lucas, para que ele calasse a boca e não mais relatasse a verdade". Lucas foi funcionário de Regiane em uma oficina. Outras 26 testemunhas de acusação e defesa, algumas delas por vídeo conferência, ainda serão ouvidas. 
Acusações
Flordelis é acusada de ser a mandante do crime e poderá responder por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.

Já a filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, e os filhos adotivos Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira poderão responder por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Enquanto, a neta Rayane dos Santos Oliveira, por homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada.